Instituto de Saúde promove Sarau Cultural
18 de novembro de 2024
No dia 13 de novembro, a Biblioteca do Instituto de Saúde foi cenário de um evento cultural e reflexivo que reuniu especialistas, educadores e ativistas em uma jornada de celebração da cultura negra e da resistência. O Sarau Cultural promovido pela biblioteca contou com uma programação rica e diversificada, ressaltando a importância da preservação das tradições afro-brasileiras, da luta por igualdade e da reflexão sobre a identidade negra. A abertura do evento foi marcada pela palestra do professor e pesquisador Me. Iaia Cuma, que proporcionou uma visão aprofundada sobre o continente africano, suas culturas, histórias e os desafios que enfrenta atualmente.
A programação seguiu com a contribuição de Vera Campos, do Quilombo Saracura do Vai-Vai, que compartilhou a experiência do movimento "Mobiliza Saracura", um exemplo significativo de resistência cultural e luta pela preservação do território quilombola. A palestra de Campos foi uma oportunidade para os participantes se conectarem com a história e as práticas do movimento, promovendo uma integração enriquecedora entre todos.
O evento também contou com a participação de Márcia Duarte e Maria de Fátima Rodrigues que é egressa do Programa de Especialização em Saúde Coletiva, que conduziram um debate sobre a saúde da mulher negra. Elas abordaram a coleta de exames preventivos na Atenção Básica e enfatizaram a importância de garantir que as mulheres negras recebam cuidados médicos de qualidade, com empatia e sensibilidade às suas necessidades.
Daniela Bessoni, da DRS VIII Franca, também marcou presença ao recitar poemas de Carolina Maria de Jesus, escritora e ativista que, com sua obra, denunciou as desigualdades sociais e raciais no Brasil. Ao compartilhar a biografia e os poemas de Carolina, Daniela convidou os presentes a refletir sobre o legado de uma das mais importantes vozes da literatura brasileira, especialmente no que diz respeito à representação das mulheres negras e pobres.
Isabel e João Andrade completaram a programação com poesias que abordaram temas centrais como identidade, resistência e valorização da cultura afro-brasileira. O evento foi encerrado com a apresentação de Carlos e Selma Casimiro, da Comunidade do Rosário da Penha de França, um grupo atuante desde 2002 na Zona Leste de São Paulo. Eles compartilharam a trajetória de sua comunidade, composta por agentes culturais, moradores e integrantes da Pastoral Afro-Brasileira, que desenvolvem ações de resistência cultural e religiosa, promovendo a valorização dos patrimônios afro-brasileiros.
No dia seguinte, 14 de novembro, o evento continuou com a oficina de bonecas Abayomi, ministrada por Aparecida dos Santos. Essas bonecas, símbolo de resistência e força cultural, carregam consigo um profundo significado simbólico, representando a preservação da memória e a conexão com as raízes africanas. A oficina proporcionou aos participantes uma experiência prática e educativa sobre a importância de manter vivas as tradições afro-brasileiras.
O Sarau Cultural na Biblioteca do Instituto de Saúde foi, portanto, um evento de grande relevância, que não apenas celebrou a cultura negra, mas também promoveu debates e ações concretas em prol da melhoria das condições sociais e de saúde da população negra. A união de arte, educação e ativismo demonstrou o poder da cultura como instrumento de resistência e de luta pela justiça social. Ao reunir diversas manifestações da cultura negra, o evento reafirmou a importância de preservar a memória histórica e cultural do povo negro, além de fortalecer a luta por um Brasil mais igualitário e inclusivo.
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Núcleo de Comunicação Técnico-Científica