Coordenadoria de Controle de Doenças

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14/02/2021 - 18 de Fevereiro: Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo

 

 

A ingestão de bebida alcoólica pode provocar danos à saúde? Sim, e nesta data, 18 de fevereiro, Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, queremos alertar a população que o consumo de álcool é um fator causal de mais de 200 doenças e lesões, associado ao risco de desenvolvimento de problemas de saúde, tais como distúrbios mentais e comportamentais, incluindo dependência ao álcool, Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) graves, como cirrose hepática, alguns tipos de câncer e doenças cardiovasculares, bem como lesões resultantes de violência e acidentes de trânsito (1).

 


As mulheres são mais vulneráveis aos efeitos do álcool do que os homens devido a diferenças fisiológicas. A ingestão de uma mesma quantidade de álcool afeta as mulheres mais rapidamente do que os homens devido à menor quantidade de água presente no corpo e aos baixos níveis de enzimas hepáticas (aldeído desidrogenase e álcool desidrogenase) que metabolizam a substância. Dessa forma, as mulheres são mais expostas às consequências da ingestão de álcool, apresentando maior risco de desenvolver o uso abusivo ou a dependência alcoólica (2).

 

Embora estudos realizados na população geral tenham definido níveis de consumo de álcool capazes de evitar danos ou até mesmo proteger o coração (3), costuma-se adotar o padrão denominado “DOSE”, o equivalente a 14 g de álcool puro, independente do volume de bebida ingerida. Assim, uma dose corresponderia aproximadamente a 350 ml de cerveja (5% de álcool), 150 ml de vinho (12% de álcool), ou 45 ml de destilado (vodca, uísque, cachaça, gin, tequila, com 40% de álcool). Normalmente o corpo humano leva de uma a três horas para metabolizar o equivalente a uma dose de álcool puro.

 

Considera-se o limite superior do chamado “consumo moderado”, a ingestão de no máximo 4 doses em único dia ou 14 doses por semana para os homens e 3 doses em um único dia ou 7 doses por semana para mulheres e idosos (acima de 65 anos). Além deste limite, considera-se o “consumo abusivo”. O chamado “Beber Pesado Episódico (BPE)” é definido como o consumo em bebidas correspondente a 60 g ou mais de álcool puro, portanto cerca de 4 ou mais “doses” para mulheres e 5 ou mais “doses” para homens, em uma mesma ocasião (4). 
 

 

 O “Global Burden of Diseases (GBD)” - (Peso Global das Doenças), um programa mantido pelo “Institute of Health Metrics and Evaluation (IHME)”, que tem como objetivo compilar dados sobre várias doenças pelo mundo e avaliar seus respectivos impactos quantitativo nas taxas de mortalidade dos diversos países, em publicação de 2016, considerou que não existe limite seguro para o consumo do álcool e que o dano à saúde aumenta proporcionalmente com a quantidade de álcool consumida.

 

Também é esta a posição da OMS que associa qualquer uso de álcool a algum risco, como o de dependência do álcool, do câncer de mama (uma relação linear em mulheres) ou do traumatismo. Embora o risco individual possa ser baixo, da perspectiva da saúde pública, no âmbito populacional, não existe nenhum nível de consumo seguro sem risco envolvido (5).

 

Jane Harumi Atobe, Marcelo Klinger e Marco Antônio de Moraes.

Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis - Centro de Vigilância Epidemiológica

 

 

FONTES

 

1. Álcool - OPAS

 

2. Global status report on alcohol and health 2018

 

3. Risk thresholds for alcohol consumption: combined analysis of individual-participant data for 599912 current drinkers in 83 prospective studies

 

4. Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2020

 

5. Alcohol use and burden for 195 countries and territories, 1990-2016: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2016

 

 

 

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