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Sonia Venancio apresenta o novo Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos

27 de novembro de 2019

 

 

O Ministério da Saúde acaba de publicar o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de 2 Anos. O trabalho foi desenvolvido sob coordenação das pesquisadoras Inês Rugani e Gisele Bortolini, e contou também com a colaboração do Instituto de Saúde.

 

O processo de revisão foi participativo, envolvendo várias etapas de consulta a diversos grupos sociais e uma consulta pública, em conjunto com especialistas em nutrição infantil, integrantes do Ministério da Saúde e de várias universidades.

 

O novo guia traz muitas novidades. Em primeiro lugar, foi elaborado para a população brasileira e não para profissionais de saúde, como a versão anterior. Isso significa que traz informações claras e objetivas, para auxiliar as famílias desde o nascimento da criança, com orientações sobre a amamentação exclusiva até o sexto mês de vida e manutenção da amamentação até os dois anos ou mais. Em relação à alimentação complementar, que deve ser oferecida a partir do sexto mês, as orientações estão alinhadas às recomendações do Guia Alimentar da População Brasileira, publicado em 2014, apresentando a classificação dos alimentos conforme seu grau de processamento.

 

Assim, a recomendação é que a dieta dos dois primeiros anos de vida contenha alimentos in natura e minimamente processados, na consistência adequada à fase de desenvolvimento da criança. Além disso, orienta que a água seja oferecida no lugar de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas, pois o açúcar não deve ser oferecido até os dois anos de idade, assim como os alimentos ultraprocessados, por serem ricos em gorduras, sal e açúcar e estarem associados à obesidade e doenças crônicas.

 

Além disso, o guia introduz também o conceito da alimentação responsiva, que deve respeitar os sinais de fome e saciedade da criança, zelando para que a hora da alimentação seja um momento de experiências positivas, de aprendizado e afeto junto à família.

 

Embora o foco do guia seja a população, os profissionais dos diversos setores que prestam cuidados às crianças podem utilizá-lo, assim como gestores e formuladores de políticas públicas voltadas à primeira infância.

 

Nesse sentido, o Guia traz uma mensagem importante, sobre a necessidade de proteger a criança da publicidade de alimentos.

 

Em resumo, oferecendo o leite materno até os dois anos, de forma exclusiva até o sexto mês e descascando mais alimentos in natura e desembalando menos alimentos ultraprocessados, estaremos garantindo um direito fundamental da criança, de ter uma alimentação saudável que promova sua saúde e seu pleno desenvolvimento.

 

Sonia Isoyama Venancio

Pediatra e assistente de direção do Instituto de Saúde

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