Diminui o índice de mortalidade infantil no Brasil
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), define-se como mortalidade infantil os óbitos ocorridos antes de a criança completar um ano de idade. O Brasil, segundo o Censo (2010), vem evoluindo no que se refere à diminuição do índice de mortalidade infantil, alcançando uma taxa de 15,9 mortes a cada mil nascidos. Entretanto, se comparado a países desenvolvidos, como Singapura e Japão, que apresentam aproximadamente três mortes por mil nascidos vivos, ou mesmo frente a alguns países sul-americanos, como Argentina e Uruguai, que apresentam taxa de mortalidade infantil equivalente a 13,4 e 13,1, respectivamente, o Brasil ainda tem o que melhorar.
São Paulo também vem apresentando evolução. O estado, que em 1980 tinha um uma média de 50 óbitos para cada 1000 crianças nascidas, em 2011 conseguiu diminuir esse número para menos de 12.
Esses números são de um estudo desenvolvido no Instituto de Saúde SES/SP (IS-SP) e que está disponível no número suplementar do Boletim do Instituto de Saúde (BIS). Tânia Cristina Freitas Barbosa, enfermeira da Estratégia de Saúde da Família de Ilhabela, Mestre em Saúde Coletiva pela Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (Instituto de Saúde/SES-SP) é autora da pesquisa "A Mortalidade Infantil nos Municípios do Litoral Norte de São Paulo de 2003 a 2012", que investigou o comportamento da mortalidade infantil nas quatro cidades que constituem o litoral norte do estado, descrevendo os indicadores e as principais causas da morte nesse período.
"Trabalhei durante três anos como Coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Juquiá, no litoral sul de São Paulo. Durante esse período atuei também no Comitê de Prevenção ao Óbito Materno, Fetal e Infantil. Uma das principais dificuldades que encontrei nessa área foi fazer as recomendações previstas para o combate à mortalidade materno-infantil tornarem-se ações municipais, e foi aí que tive a motivação para a pesquisa", afirma Tânia a respeito do que a levou a realizar tal estudo.
Segundo a pesquisa, 69% dos casos de morte infantil, durante o período e na região estudada, são de crianças que não completaram 28 dias de vida, os chamados neonatais. Como proposta de solução, a autora coloca a necessidade de investimentos na qualificação dos profissionais que realizam o pré-natal, o parto e a assistência inicial ao recém-nascido e a implantação de políticas de incentivo ao fortalecimento dos Comitês de Investigação da Mortalidade Infantil. "Acredito que os Comitês apresentam um potencial imenso para propor e auxiliar na implantação de ações capazes de influenciar na redução do óbito fetal, materno e infantil. Acredito também que as Secretarias Municipais de Saúde precisam apoiar as ações propostas pelos Comitês e estabelecer um planejamento de execução para tais propostas, o que já existe, mas precisa ser mais bem estruturado", afirma Tânia.
Núcleo de Comunicação Técnico-Científico