Estudo realizado no município de São Paulo aponta menor prevalência de diabéticos entre os idosos com maior escolaridade
Publicada na revista "Cadernos da Saúde Pública" da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (ENSP/Fiocruz), a pesquisa apontou que dos 872 entrevistados, 169 (20,6%) estudaram por oito anos ou mais. Entre eles a prevalência de diabetes mellitus é de 1,00%, já entre os que têm menos de oito anos de estudo a prevalência é de 1,56%. Segundo o artigo, o resultado é semelhante ao da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do ano de 2003 (PNAD 2003) em que a escolaridade maior diminui a chance de diabetes. Além de outros estudos brasileiros como, o realizado no Rio de Janeiro que mostrou que entre pessoas com baixo nível de escolaridade a atividade física é menor.
Os pesquisadores ressaltam no artigo que a doença representa um grave problema de saúde pública pela alta prevalência no mundo, sendo maior entre os idosos, pela morbidade e por ser um dos principais fatores de risco cardio e cerebrovascular. Os dados da pesquisa revelaram que as maiores prevalências da doença foram identificadas nos entrevistados que avaliaram sua saúde como ‘ruim/muito ruim' e ‘boa', nos viúvos e nos que tiveram pelo menos uma hospitalização nos 12 meses anteriores a entrevista.
Integrante, desde 2001, da equipe de pesquisadores do ISA-SP, a Dra. Maria Cecília Goi Porto Alves do Instituto de Saúde (IS) afirma que os inquéritos de saúde de base populacional são importantes, pois permitem o monitoramento e avaliação de doenças, de condições de vida e saúde da população, bem como avaliar o desempenho do sistema de saúde. Além disso, "podem colaborar na formulação de estratégias e no melhor direcionamento das ações de saúde levando-se em conta as distintas necessidades da população".
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o diabetes é uma doença crônica que ocorre quando o pâncreas não produz insulina suficiente (tipo 1) ou quando o corpo não pode utilizar de forma eficaz a insulina que produz (tipo 2). O diabético tipo 1 necessita receber doses diárias de insulina e apresenta os seguintes sintomas: vontade excessiva de urinar, sede, fome constante, perda de peso, alterações na visão e fadiga. As causas desse tipo são desconhecidas.
O tipo 2, que acomete 90% da população diabética do mundo, pode apresentar sintomas parecidos com o tipo 1, porém o tratamento pode ser feito com medicação oral. A decorrência do diabetes tipo 2, em grande parte dos casos é resultado do excesso de peso e sedentarismo.
Também fazem parte da equipe que elaborou a pesquisa Telma de Almeida Busch Mendes e Moisés Goldbaum, ambos da Faculdade de Medicina da USP, Neuber José Segri da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Marilisa Berti de Azevedo Barros da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Chester Luiz Galvão Cesar da Faculdade de Sáude Pública da USP, Luana Carandina da Faculdade de Medicina de Botucatu da UNESP.
O artigo pode ser conferido na íntegra aqui.
Núcleo de Comunicação Técnico-Científica