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Prevalência de transtornos mentais comuns na Baixada Santista é tema de artigo no Boletim do Instituto de Saúde

O Boletim do Instituto de Saúde (BIS) de outubro de 2011 publicou o estudo "Prevalência de transtornos mentais e comuns autorreferidos e sua relação com os serviços de saúde em municípios da Baixada Santista-SP". Realizado por pesquisadores científicos do Instituto e analisado por Maria de Lima Salum e Morais, do Instituto de Saúde (IS) e Neuber José Segri, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), o estudo, além de identificar a prevalência de transtornos mentais comuns (TMC), investiga a relação das pessoas que afirmaram sofrer de TMC com o acesso aos serviços de saúde.

A pesquisa, realizada em Cubatão, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Santos, utilizou uma amostra de 6803 entrevistados, dos quais 17,77% afirmaram sofrer de depressão, ansiedade ou ter problemas emocionais. A maior prevalência diagnosticada se dá no município de Cubatão, no qual 19,4% das 1959 pessoas entrevistadas afirmaram ter tais problemas. Já a menor foi em São Vicente com 14,61%.

O estudo apontou ainda que 41,37% das pessoas que participaram da pesquisa disseram nunca ter procurado atendimento em decorrência de TMC. O principal motivo, alegado por 72,1% das pessoas, foi não achar necessário, seguido de 13,41% que afirmaram ter dificuldades no acesso e 10,05% que alegaram falta de tempo. A pesquisadora Maria aponta que as dificuldades de acesso a serviços de saúde para pacientes com TMC devem-se, em parte, à falta de infraestrutura de atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

De acordo com a pesquisadora, por vários anos predominou a proposta, parcialmente efetivada, de alocar nas UBS equipes de saúde mental (compostas por psicólogos, psiquiatras e assistentes sociais) que poderiam atender as pessoas com TMC. Mas a iniciativa do Ministério da Saúde (MS) de criar os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) acabou por deslocar as equipes da atenção básica para esses Centros. Entretanto, o atendimento dos CAPS é destinado a pacientes com problemas psiquiátricos mais graves e, de acordo com a pesquisadora, esse modelo de atenção deixou descoberta a faixa dos indivíduos que sofrem de TMC.

"Praticamente não existem serviços para atender esse tipo de transtorno", afirmou a pesquisadora, que apontou ainda as filas, o excesso de demanda que acarreta muita demora no atendimento, bem como a falta de preparo de profissionais que não são da área de saúde mental e "se preocupam com o que acontece no organismo, mas esquecem do lado psicológico das pessoas" como fatores que dificultam o acesso dos que sofrem de TMC aos serviços de saúde. Para o atendimento adequado desses pacientes "há a necessidade de estruturas, profissionais qualificados e espaços que acolham e cuidem das pessoas com TMC nos serviços de atenção primária à saúde", completou.

O artigo "Prevalência de transtornos mentais e comuns autorreferidos e sua relação com os serviços de saúde em municípios da Baixada Santista-SP" está disponível na íntegra aqui.


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