Secretaria da Saúde registra mais de 66 mil atendimentos a pessoas com Doença de Parkinson pela rede SUS estadual em 2022
Mês de conscientização alerta para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para o bem-estar do paciente
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) registrou 66,9 mil atendimentos ambulatoriais e hospitalares a pessoas com a Doença de Parkinson pela rede SUS paulista em 2022. Os dados abrangem diagnóstico e procedimentos clínicos e cirúrgicos.
Conhecido como o “Mês da Tulipa Vermelha”, abril é dedicado à conscientização da síndrome, que tem prevalência em idosos e afeta cerca de 1% da população mundial acima de 65 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). A data traz à tona a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento médico multidisciplinar para o bem-estar de quem é acometido pela doença.
O neurologista do Hospital Regional de Presidente Prudente, Guilherme Menezes Mescolotte, explicou como é a evolução da Doença de Parkinson no cérebro: “Começa no sistema nervoso periférico, subindo para o sistema nervoso central, na região dos núcleos da base. Uma vez atingidos, inicia-se um processo de neurodegeneração”.
Dessa forma, a coordenação e o controle de movimentos automáticos, que são acionados por essa região, incluindo o simples ato de caminhar, acabam sendo bastante prejudicados pelo agravamento do estado de saúde.
“Essa doença afeta a dopamina, neurotransmissor que atua em diversas regiões do cérebro. Dentre as suas funções, está auxiliar no controle do sistema motor. Portanto, a deficiência dessa substância acaba por afetar os movimentos do corpo”, disse o neurologista do HR.
Sintomas e diagnóstico
“Os sintomas abrangem lentidão dos movimentos, presença de tremor, quedas frequentes e a sensação de rigidez muscular”, afirmou Mescolotte. O diagnóstico clínico é definido a partir da observação dos sintomas e pela realização de tomografia ou ressonância para excluir outras patologias.
Tratamento
O tratamento passa, então, pelo aumento do nível da dopamina no cérebro, por medicamento que pode ser por via oral. O acompanhamento médico adequado inclui equipe multidisciplinar, com profissionais que atuam na fisioterapia e reabilitação, assim como a prática de atividades físicas e hábitos saudáveis incorporados ao dia a dia, que contribuem para que a doença não evolua.
Quando o uso dos medicamentos não consegue conter esse avanço, pode ocorrer a indicação de cirurgia, que estimula partes dos núcleos da base. A necessidade do procedimento surge, em geral, após alguns anos do início dos sintomas, e garante maior bem-estar à pessoa.
Parkinsonismo atípico
“As doenças que atuam na mesma região do Parkinson e apresentam sintomas muito parecidos ao Parkinson, mas têm diagnóstico diferentes, fazem parte do parkinsonismo atípico. Podemos citar a Paralisia Supranuclear Progressiva (PSP) e a Atrofia de Múltiplos Sistemas (AMS)”, explicou Mescolotte. Ainda que essas síndromes possam não responder tão bem ao tratamento convencional, o médico reforçou que o acompanhamento médico multidisciplinar e as práticas esportivas são fundamentais para garantir melhor qualidade de vida ao paciente.