Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia, estabelecido nesta sexta (12), busca informar a sociedade sobre o tema

 

A Secretaria de Estado da Saúde registrou um aumento de 30% nos atendimentos clínicos relacionados à fibromialgia entre março de 2022 e fevereiro deste ano. Também relacionados à doença neste período, houve um crescimento de 31% nos procedimentos de fisioterapia realizados nos ambulatórios da rede SUS em São Paulo, um aumento de 28% nas cirurgias, e de 2,7% em todos os procedimentos de fibromialgia realizados em hospitais estaduais da rede pública. Desde janeiro de 2021, foram realizados 84 mil atendimentos ambulatoriais e hospitalares de pessoas diagnosticadas com fibromialgia, sendo 38.640 só nos últimos 12 meses, na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do estado de São Paulo.

 

O Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia foi criado em 2021 para coincidir com o Dia Mundial de Conscientização da Fibromialgia, instituído no dia 12 de maio. A data proporciona maior visibilidade ao tema e colabora para a inserção da temática nas agendas públicas, fomentando o debate, a proposição de políticas, a disseminação de informações e maior conscientização da sociedade, podendo melhorar substancialmente a qualidade de vida das pessoas com essa condição e de suas famílias.

 

"O fato de não termos exames específicos, que demonstrem a patologia, dificulta a compreensão do paciente. Um diagnóstico correto e precoce pode ajudar no tratamento. Deste modo, conseguiremos juntos (médico e paciente) promover uma verdadeira melhora na qualidade de vida dos pacientes portadores de condição crônica dolorosa", disse a Dra. Ana Paula Bazilio, do Hospital Regional de Osasco, especialista em reumatologia.

 

Sintomas

A fibromialgia é uma síndrome que causa dor crônica muscular generalizada, perda de sono, fadiga e distúrbios de humor. Pacientes geralmente relatam dor por todo o corpo, com percepção anômala da dor, e podem sentir desconforto ou dor ao urinar, problemas de concentração e de memória, dor pélvica, ansiedade, depressão e fraqueza frequente.

 

Causas

A condição demanda cuidados na avaliação, pois exames diagnósticos em pacientes com fibromialgia não detectam inflamação, e resultados radiológicos nem sempre são capazes de detectar a fonte da dor do paciente pela observação do local onde ele relata o incômodo. A doença ainda pode aparecer em pacientes que apresentam outras doenças reumáticas, como artrite reumatoide e lúpus eritematoso sistêmico, o que pode dificultar a recuperação completa destes pacientes.

 

A fibromialgia não causa deformidades ou sequelas nas articulações ou nos músculos, mas alguns pacientes desenvolvem a síndrome após uma dor localizada tratada inadequadamente, um trauma físico ou uma doença grave. A principal hipótese é que pacientes com fibromialgia apresentam uma alteração da percepção da sensação de dor em decorrência destes eventos.

 

Tratamento

Como muitas outras condições causadoras de dor crônica, a fibromialgia não tem cura. Assim, o tratamento é focado em aliviar os sintomas e promover melhora da qualidade de vida do paciente. A principal recomendação é o exercício físico, principalmente os aeróbicos, de resistência e alongamento.

 

Algumas soluções multidisciplinares também são recomendadas, como fisioterapia, acompanhamento psicológico ou psiquiátrico e uso de analgésicos, antidepressivos e relaxantes musculares que possam auxiliar no início das atividades físicas habituais, assim como aliviar os diversos sintomas conexos. No entanto, é fundamental que os pacientes sejam bem orientados para compreender os reais mecanismos da fibromialgia, para que entendam a importância do tratamento sem medicamentos.