Secretaria da Saúde registra 10 mil atendimentos a pessoas com diagnóstico de lúpus pela rede SUS do estado
Celebrado nesta quarta (10), Dia Mundial do Lúpus conscientiza população sobre a doença autoimune que afeta mais mulheres e jovens
A Secretaria de Estado da Saúde registrou 10 mil atendimentos ambulatoriais e hospitalares motivados pelo diagnóstico de lúpus, nos últimos dois anos, na rede do Sistema Único de Saúde (SUS) do estado de São Paulo. Celebrado nesta quarta-feira (10), o Dia Mundial do Lúpus tem o objetivo de trazer maior conscientização sobre a doença e a importância do acompanhamento médico para o bem-estar da pessoa acometida pela condição.
“A doença autoimune faz com que o sistema imunológico passe a produzir anticorpos contra componentes do nosso próprio organismo. Por motivos variados e nem sempre esclarecidos, o corpo começa a confundir suas próprias proteínas com agentes invasores, passando a atacá-las”, explicou Ana Paula Bazilio, médica reumatologista do Hospital Regional de Osasco.
Dessa forma, ocorre um desequilíbrio na produção de anticorpos, que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos, inclusive na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins, entre outros.
A evolução da doença no organismo passa por momentos mais ativos e de interrupção, afirmou a reumatologista: “O lúpus causa inflamação sistêmica crônica, cujos sintomas podem surgir em diversos órgãos de forma lenta e progressiva, ou até mais rapidamente, e pode variar com fases de atividade e de remissão da doença”.
Causas
A causa da doença ainda não é conhecida. Contudo, sabe-se que há influência de fatores genéticos, hormonais e ambientais para seu desenvolvimento. Portanto, pessoas que nascem suscetíveis geneticamente para desenvolver a doença, em algum momento, após uma interação com fatores ambientais (irradiação solar, infecções virais ou por outros microrganismos), passam a apresentar alterações imunológicas e um quadro clínico sugestivo.
“O lúpus manifesta-se principalmente em mulheres, sendo uma proporção de nove mulheres para cada homem e, também, entre os jovens, na faixa etária de 15 a 45 anos. Crianças também podem ser acometidas, ainda que seja mais raro”, explicou a especialista.
Prevenção
Por ser autoimune, não é possível falar em prevenção ao lúpus. Mas, uma vez diagnosticado, o acompanhamento médico adequado oferece boa qualidade de vida aos pacientes.
Diagnóstico
O diagnóstico é realizado por meio do reconhecimento médico de um conjunto de sinais e sintomas clínicos, associados a exames laboratoriais gerais e à presença de auto- anticorpos relacionados à doença. A realização de um exame que se chama FAN (fator ou anticorpo antinuclear) pode auxiliar no diagnóstico de uma pessoa com sinais e sintomas característicos de lúpus.
“São reconhecidos dois tipos principais de lúpus: o cutâneo, que se manifesta apenas com lesões na pele, geralmente avermelhadas e principalmente nas áreas que ficam expostas à luz solar. Há também o tipo sistêmico, em que um ou mais órgãos internos são acometidos, como os rins, pulmões, sistema nervoso central entre outros”, explicou a médica.
Tratamento
O tratamento se baseia em medicações imunossupressoras orais e terapia biológica, além de medicações específicas que promovem melhora do quadro clínico e remissão dos sintomas. As medicações envolvidas no tratamento são utilizadas de acordo a avaliação médica da situação de cada paciente.