sobre HANSENÍASE
HANSENÍASE
CID10: A30 – Hanseníase;
A30.0 – Hanseníase Indeterminada; A30.1 – Hanseníase
tuberculóide; A30.2 – Hanseníase tuberculóide borderline;
A30.3 – Hanseníase dimorfa; A30.4 – Hanseníase virchoviana
borderline A30.5 – Hanseníase Virchoviana A30.8 – Outras
formas de hanseníase A30.9 – Hanseníase não especificada
A hanseníase é doença crônica, transmissível, causada pelo Mycobacterium leprae, de evolução insidiosa na maior parte dos casos, que acomete fundamentalmente pele e nervos periféricos. A sua variabilidade clínica é determinada pela resposta imunológica do hospedeiro. O surgimento de incapacidades físicas é um dos aspectos mais importantes da doença. A magnitude e transcendência da hanseníase a colocam como um grave problema de saúde no Brasil, situando-se na lista de doenças de notificação compulsória em todo o território nacional. Os casos diagnosticados devem ser notificados, utilizando-se a ficha de notificação e investigação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação/Investigação.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Hanseníase Indeterminada
Pele - Máculas hipocrômicas com distúrbio de sensibilidade, ou áreas circunscritas de pele com aspecto normal e com distúrbio de sensibilidade, podendo ser acompanhadas de alopécia e/ou anidrose.
Nervos - Não há deformidades próprias da hanseníase, por não haver comprometimento de troncos nervosos nesta fase.
Baciloscopia - Negativa.
Histopatologia - Infiltrado inflamatório linfo-histiocitário (perivascular, perianexial e, principalmente, em torno de filetes nervosos). O encontro de bacilos no interior dos filetes permite o diagnóstico de hanseníase.
Teste de Mitsuda - Negativo ou positivo.
Hanseníase Tuberculóide
Baciloscopia - Negativa.
Histopatologia - Caracteriza-se pela presença de células epitelióides agrupadas, com gigantócitos (células gigantes), formando os granulomas tuberculóides, com halo linfocitário. Podem-se observar estas estruturas ao redor de filetes nervosos. A destruição de filetes nervosos sugere o diagnóstico histopatológico de hanseníase, pois somente o encontro do bacilos no filete nervoso pode confirmar o diagnóstico.
Teste de Mitsuda - Positivo.
Hanseníase Virchowiana
Baciloscopia - Positiva.
Histopatologia - Infiltrado linfo-histiocitário, com poucos linfócitos e macrófagos carregados de bacilos. Dependendo do estágio evolutivo, pode apresentar células de Virchow e bacilos granulosos em grande número. Os bacilos são vistos nos filetes nervosos, parede de vasos e anexos cutâneos. O infiltrado é denso e compacto, separado da epiderme por faixa de colágeno (faixa de Unna) e a epiderme é atrófica.
Teste de Mitsuda - Negativo.
Hanseníase dimorfa
Baciloscopia - A grande maioria dos casos apresentam resultados positivos.
Histopatologia - O quadro histopatológico tem características de granuloma tuberculóide e granulomas não-epitelióides, com presença de células de Virchow. Muitas vezes, o quadro histológico é compatível com tipos polares. Por essa razão, é fundamental adicionar os dados clínicos aos laboratoriais do caso como dimorfo. Às vezes, recomenda-se a realização de biópsia de pele em dois locais diferentes, para auxiliar na classificação.
Teste de Mitsuda - Dependendo da capacidade de resposta imunológica, o teste pode resultar positivo fraco ou negativo.