Artigo aponta os fatores sociodemográficos que causam insegurança alimentar nas regiões rural e urbana do Brasil
A edição de fevereiro de 2011 da revista Informações Econômicas, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), publicou o artigo Insegurança Alimentar e Fatores Sóciodemográficos Associados nas Áreas Urbana e Rural do Brasil. A pesquisa tem como objetivo identificar as causas de insegurança alimentar - a falta de condições necessárias para se adquirir uma quantidade suficiente de alimentos adequados - das populações urbanas e rurais do país visando fomentar debates para a elaboração de políticas de segurança alimentar nessas áreas.
A pesquisadora do Instituto de Saúde (IS) Tereza Etsuko Rosa participou da elaboração do artigo. Os demais autores são Lenise Mondini, Bauermann Guber, Geni Satiko Sato e Maria Helena D´Aquino Benício.
Para realizar o estudo foi aplicado o questionário Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) em 112.519 domicílios de todo o país. A condição de segurança alimentar é classificada em quatro categorias, segundo a pontuação obtida no questionário: segurança alimentar e insegurança alimentar leve, moderada e grave. Também foram analisados o rendimento domiciliar per capita mensal, o número de pessoas no domicílio, escolaridade, gênero, idade e cor/raça do chefe da família.
Os pesquisadores observaram que uma família residente da área urbana com rendimento inferior a um salário mínimo sofre mais de insegurança alimentar quando comparadas à família com o mesmo rendimento na área rural. A pesquisa também verificou a aplicação do bolsa-família. Entre as famílias beneficiárias, 75,33% encontravam-se na condição de insegurança alimentar na área urbana e 69,64% na rural.
De acordo com Tereza, a Escala é "boa para a elaboração de políticas macro", pois falta profundidade nas questões que ela apresenta. Todas as 15 perguntas da escala envolvem renda familiar. Na região rural há relações baseadas em troca, ficar sem dinheiro não significa necessariamente passar fome.
A proporção de domicílios na condição de insegurança alimentar, segundo a pesquisa, é maior nas regiões Norte e Nordeste do país, tanto na área rural como na área urbana. Outros dados coletados na pesquisa demonstraram que em 36,32% dos domicílios das áreas urbanas chefiados por adultos há condição de insegurança alimentar, bem como em 48,12% dos domicílios das áreas rurais. Os números também indicaram a maior prevalência de insegurança alimentar quando os chefes de família eram negros ou pardos.
O estudo concluiu que o principal fator de insegurança alimentar na área rural é o local da residência. Para as áreas urbanas, o fator prevalente foi a escolaridade. De acordo com Tereza, a melhor forma de ampliar o acesso a alimentos no Brasil é investir na educação. "A educação é o principal meio de resolver os problemas do país", complementou. Para ambas as áreas, a renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo triplicou o risco das famílias à condição de insegurança alimentar.
O artigo Insegurança Alimentar e Fatores Sóciodemográficos Associados nas Áreas Urbana e Rural do Brasil pode ser conferido na íntegra aqui.
Núcleo de Comunicação Técnico-Científica
A pesquisadora do Instituto de Saúde (IS) Tereza Etsuko Rosa participou da elaboração do artigo. Os demais autores são Lenise Mondini, Bauermann Guber, Geni Satiko Sato e Maria Helena D´Aquino Benício.
Para realizar o estudo foi aplicado o questionário Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) em 112.519 domicílios de todo o país. A condição de segurança alimentar é classificada em quatro categorias, segundo a pontuação obtida no questionário: segurança alimentar e insegurança alimentar leve, moderada e grave. Também foram analisados o rendimento domiciliar per capita mensal, o número de pessoas no domicílio, escolaridade, gênero, idade e cor/raça do chefe da família.
Os pesquisadores observaram que uma família residente da área urbana com rendimento inferior a um salário mínimo sofre mais de insegurança alimentar quando comparadas à família com o mesmo rendimento na área rural. A pesquisa também verificou a aplicação do bolsa-família. Entre as famílias beneficiárias, 75,33% encontravam-se na condição de insegurança alimentar na área urbana e 69,64% na rural.
De acordo com Tereza, a Escala é "boa para a elaboração de políticas macro", pois falta profundidade nas questões que ela apresenta. Todas as 15 perguntas da escala envolvem renda familiar. Na região rural há relações baseadas em troca, ficar sem dinheiro não significa necessariamente passar fome.
A proporção de domicílios na condição de insegurança alimentar, segundo a pesquisa, é maior nas regiões Norte e Nordeste do país, tanto na área rural como na área urbana. Outros dados coletados na pesquisa demonstraram que em 36,32% dos domicílios das áreas urbanas chefiados por adultos há condição de insegurança alimentar, bem como em 48,12% dos domicílios das áreas rurais. Os números também indicaram a maior prevalência de insegurança alimentar quando os chefes de família eram negros ou pardos.
O estudo concluiu que o principal fator de insegurança alimentar na área rural é o local da residência. Para as áreas urbanas, o fator prevalente foi a escolaridade. De acordo com Tereza, a melhor forma de ampliar o acesso a alimentos no Brasil é investir na educação. "A educação é o principal meio de resolver os problemas do país", complementou. Para ambas as áreas, a renda per capita inferior a um quarto do salário mínimo triplicou o risco das famílias à condição de insegurança alimentar.
O artigo Insegurança Alimentar e Fatores Sóciodemográficos Associados nas Áreas Urbana e Rural do Brasil pode ser conferido na íntegra aqui.
Núcleo de Comunicação Técnico-Científica