11 de Março de 2022

 

 

A Biblioteca do Instituto de Saúde agregou ao seu acervo 18 novos títulos, todos do campo das ciências sociais. De perspectiva interdisciplinar, as obras discutem temas clássicos e contemporâneos transversais à saúde, com foco sobretudo nos estudos ontológicos e epistemológicos, de gênero, sexualidade e etarismo, meio ambiente, mídia e comunicação de risco.

 

                                           

 

Entre os clássicos destacam-se as Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade, do teórico alemão Ulrich Beck, que apresenta um dos mais agudos debates sobre os desafios impostos pela aliança entre capitalismo e desenvolvimento tecnológico, produtora sistemática de riscos de todas as ordens e em todas as dimensões da vida cotidiana; Ciência em ação: como conseguir cientistas e engenheiros sociedade afora, do sociólogo francês Bruno Latour, uma análise da intersecção ente contexto social e conteúdo técnico para compreensão da atividade científica na modernidade tardia; e O poder da comunicação, do sociólogo espanhol Manuel Castells, que aponta as convergências fundamentais de tecnologia, comunicação e poder na modelagem da sociedade e dos fluxos comunicacionais contemporâneos.

Dois títulos são essenciais para as discussões sobre gênero em uma perspectiva antirracista, antissexista e decolonial: Por um feminismo afro-latino-americano, que apresenta um panorama da complexa obra da intelectual Lélia Gonzalez, filósofa, antropóloga e ativista, pioneira nos estudos sobre a diáspora e o feminismo negros no Brasil e na América Latina; e a edição ampliada e revisada de Interseccionalidade, de Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge, uma introdução ao campo de conhecimento e práxis interseccional, que analisa o surgimento, o desenvolvimento e os contornos do conceito de interseccionalidade, uma ferramenta para analisar as inter-relacões de raça, classe, gênero, orientação sexual, nacionalidade e faixa etária etc.

No campo da comunicação, destacam-se obras sobre novas formas de produção e circulação da informação na arena pública, origem de novos fenômenos comunicacionais, como infodemia, negacionismos, desinformação e notícias falsas (fake news), que vêm impondo, no Brasil e no mundo, desafios inéditos e complexos a diversos campos do conhecimento, particularmente visíveis desde a emergência da covid-19. Entre esses títulos estão Os engenheiros do caos, do sociólogo franco-italiano Giuliano Da Empoli, que demonstra como as novas mídias e os discursos negacionista vêm sendo utilizados para disseminar ódio e desestabilizar as democracias ocidentais; e A midiatização da cultura e da sociedade, do pesquisador dinamarquês Stig Hjarvard, que redireciona as teorias sobre o poder da mídia, desvelando, em um quadro complexo e vital, o modo como as sociedades contemporâneas estão se transformando na alta modernidade.

 

 

A Biblioteca

 

Inserida na Rede de Informação e Conhecimento (RIC), iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e da Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme), o acervo da biblioteca contabiliza mais de 6,6 mil títulos, entre teses, monografias, relatórios técnico-científicos e material audiovisual. Equipamento de suporte às atividades de ensino e pesquisa desenvolvidas pelo Instituto de Saúde, está aberta a todos os profissionais e estudiosos das ciências da vida de outras instituições e à comunidade em geral, oferecendo serviços como orientação e suporte em levantamentos bibliográficos, acesso à internet e a bases de dados internas e externas, além de empréstimos entre bibliotecas da RIC e o Serviço Cooperativo de Acesso a Documentos (SCAD). Parte desse acervo pode ser consultada (e acessada) remotamente. A Biblioteca do Instituto de Saúde disponibiliza, ainda, salas de reuniões e computadores para consulta, de segunda a sexta-feira, das 8 às 17 horas.

 

Confira AQUI a lista completa de obras no acervo.