AME Tupã - Apoio Matricial na Atenção Básica e área da educação no atendimento de crianças com problemas no desenvolvimento e aprendizagem
Serviço de Saúde: AME Tupã
Período de implantação: janeiro de 2018 a dezembro de 2019.
Título da ação:
Apoio Matricial na Atenção Básica e área da educação no atendimento de crianças com problemas no desenvolvimento e aprendizagem.
Objetivo:
Ampliar o olhar dos profissionais da saúde e da educação acerca da alta demanda de crianças com problemas no desenvolvimento e aprendizagem, e assim, fomentar o trabalho integrado e em rede para diagnósticos e tratamentos eficazes.
Público alvo:
Primeiramente profissionais da rede de saúde e educação, e após da assistência social.
Equipe envolvida (AME):
Em 2018 – Eloísa (assistente social), Juliana (psicóloga), Mariana (gerente de enfermagem), Tatiana (fonoaudióloga) e Aparecida de Fátima (oficial administrativo).
Em 2019 - Eloísa (assistente social), Juliana (psicóloga), Tatiana (fonoaudióloga) e Ariane (oficial administrativo).
Recursos utilizados:
Materiais: vídeos, flip chart, canetas, multimídia e papel sulfite.
Método: foram utilizados métodos ativos de aprendizagem como referencial teórico, como exemplo: Espiral construtivista (Lima, 2017).
Interface com outras áreas e/ou serviços:
O trabalho envolveu profissionais de equipes multidisciplinares e gestores das áreas da saúde, educação, assistência social e de serviços ou instituições de apoio (como: APAE, Conselho tutelar, e outros projetos sociais).
Descreva brevemente o histórico da ação / projeto:
Decorrente da grande demanda de encaminhamentos e atendimentos de crianças com problemas no desenvolvimento e na aprendizagem, cujos diagnósticos em grande parte não têm origem neurobiológica. Além disso, não são realizadas intervenções ou tratamentos terapêuticos adequados (baseados em evidências), observou-se a necessidade de trabalhar as redes de saúde intersetoriais dos municípios envolvidos.
Desenvolvimento da ação:
As ações foram iniciadas em janeiro de 2018:
1 – Levantamento de profissionais da equipe multidisciplinar de saúde e educação dos 19 municípios de abrangência do AME.
2 - Levantamento do número de diagnósticos por CID da especialidade de Neurologia pediátrica atendida no ano de 2017, a fim de correlacionar diagnósticos da equipe e encaminhamentos para intervenções.
3 – Em seguida, a gerente de enfermagem levou a proposta de apoio matricial para os grupos de Regulação e Câmara Técnica, deliberado em CIR (Adamantina e Tupã).
4 – Elaborado cronograma de reuniões por CIR (Adamantina e Tupã) e os municípios foram divididos em grupos.
5 – Foram realizados 4 encontros com gestores e profissionais das áreas da saúde, educação e assistência social, e de projetos apoiadores. Sendo que, o 5º encontro foi realizado por meio de um Simpósio com o tema “Interface Saúde e Educação nas dificuldades de aprendizagem: um olhar integrado do diagnóstico à intervenção”
- No ano de 2019, a proposta de continuidade do apoio matricial foi monitorar as ações planejadas pelos profissionais das equipes dos municípios durante o 4º encontro (no qual foi utilizado o planejamento estratégico situacional conforme proposto por Carlos Matus (AVZEVEDO, 1992).
E após o monitoramento das equipes, foram identificadas novas necessidades, como: apoio aos profissionais na discussão de casos específicos, reuniões em 4 municípios com maior demanda e fragilidades na intervenção e trabalho em rede.
Resultados alcançados:
Ampliação do olhar da rede de saúde municipal para melhora da integração dos diferentes setores e, a partir do reconhecimento, os municípios começaram a criar espaço para traçar estratégias/ planos de ações em rede como: discussão de fluxo, diagnóstico e intervenção. Outro aspecto observado foi a desconstrução da hierarquia entre Atenção Básica e Secundária, sendo que a integração desta tende a fortalecer e estreitar os vínculos no cuidado em saúde.
Há fragilidades, vulnerabilidades ou problemas específicos da ação?
Sim, houve um município que não aderiu a proposta da ação de apoio matricial. Observamos também falta de comprometimento e incentivo dos gestores as equipes multidisciplinares neste trabalho, bem como: falta de profissionais para compor as equipes de reabilitação e falta de conhecimentos técnico das equipes existentes.
Qual o diferencial da ação/projeto? Por que é uma experiencia inovadora?
Por proporcionar um espaço no qual se pode dialogar com diferentes setores de um mesmo município para tratar das necessidades de um individuo e sua família, proporcionando um cuidado integral na interface entre os diversos segmentos e atores sociais.
A ação/ projeto tem ou pode ter algum desdobramento?
Vê-se a necessidade de outras ações, como envolvimento dos prefeitos e gestores quanto a importância desta temática, visando a criação de politicas públicas para enfrentar a grande demanda de crianças com dificuldade ou transtorno de aprendizagem. Dessa forma, busca-se descontruir a medicalização como forma de tratamento eficaz dessa problemática.
Referências
AZEVEDO, Creuza da S. Planejamento e gerência no enfoque estratégico-situacional de Carlos Matus. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 8, n. 2, p. 129-133, June, 1992 .
LIMA, Valéria Vernaschi. Espiral construtivista: uma metodologia ativa de ensino-aprendizagem. Interface (Botucatu), Botucatu, v. 21, n. 61, p. 421-434, June, 2017