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O Instituto Pasteur de São Paulo foi criado em 5 de agosto de 1903 como uma instituição privada, por um grupo de médicos e beneméritos, seguindo os ideais do cientista Louis Pasteur, colocando a ciência na resolução de questões práticas, como as relacionadas à saúde.
Com a descoberta da vacina contra a raiva, por Louis Pasteur e colaboradores, em 1895, já vinha existindo, desde o final do século XIX, a intenção do Governo do Estado de São Paulo de criar uma instituição com a denominação de Instituto Pasteur, que se dedicasse ao tratamento profilático dessa doença, que fazia muitas vítimas fatais.
A iniciativa pública não conseguiu seu intento e, no início do século seguinte, pela iniciativa privada de um grupo de pessoas, convencidas por médicos - dentre eles destacam-se Ulysses Paranhos e Bettencourt Rodrigues - foi criado o Instituto Pasteur de São Paulo.
No início do século XX, a raiva canina ocorria sem controle e muitos eram os óbitos humanos por causa da doença. Moradores da capital paulista, do interior e também de outros estados, procuravam o Instituto Pasteur em busca do tratamento preventivo. Chegavam também pessoas já doentes, com a suspeita de raiva humana que eram encaminhadas ao Hospital de Isolamento Emilio Ribas, para fatalmente evoluírem para óbito. Nos canis do IP eram observados animais suspeitos.
Em 1908, o diretor do Instituto Pasteur, o italiano Antônio Carini, levantou a hipótese da raiva dos bovinos e equinos poder ser causada pelo morcego hematófago.
No princípio, a comunidade científica internacional considerou a teoria como uma fantasia tropical, mas depois a ideia de Carini foi demonstrada por pesquisadores alemães. Em 1916 havia um grande número de óbitos humanos registrados em decorrência da raiva, além dos casos de raiva canina que se espalhavam pelos grandes centros urbanos, aumentando muito a quantidade de pessoas que necessitavam do tratamento profilático. Frente a essa situação e com o advento da I Guerra Mundial, as doações tornaram-se insuficientes para que a instituição fosse mantida por recursos particulares. Assim, em 1916, por se tratar de um serviço voltado à Saúde Pública houve interesse do Governo do Estado de São Paulo em dar continuidade às atividades já desenvolvidas pelo Instituto Pasteur, sendo então procedida a doação. Atualmente o Instituto Pasteur atua como laboratório de referência nacional para Raiva do Ministério da Saúde desde 2004, coordena o Comitê Estadual de Vigilância e Controle da Raiva do Estado de São Paulo e atua como Centro colaborador em Raiva da Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-americana de Saúde. Uma das atribuições do Instituto Pasteur é apoiar os laboratórios de diagnóstico da raiva do país e da América Latina, fornecendo insumos e capacitando profissionais no diagnóstico da raiva.
Atuando na prestação de serviços e na pesquisa científica, o Instituto Pasteur busca a resolução de problemas ligados à saúde pública, em particular a raiva. Em relação à prestação de serviços, dentre as atividades principais podem ser destacadas: o diagnóstico virológico e a sorologia para avaliação de anticorpos neutralizantes do vírus da raiva.
Anualmente o Instituto Pasteur realiza dosagem de anticorpos neutralizantes do vírus da raiva em cerca de 24.000 amostras de soro humano para todo o país e cerca de 7 mil amostras de animais suspeitos de raiva são processadas por ano no laboratório de diagnóstico da raiva do Instituto Pasteur.
Na pesquisa científica a maioria dos projetos vem sendo executados na área aplicada, principalmente visando solucionar problemas atuais ligados à raiva, sua epidemiologia e seu controle na população animal e humana.
Citando a importância da raiva na Saúde Pública, no período de 2011 a 2016 foram submetidas a tratamento profilático contra a raiva 632.993 pessoas no Estado de São Paulo, dos 3.314.401 atendimentos de todo o Brasil.
Unidade Didática de Apoio I – Instituto Pasteur
Endereço: Avenida Paulista, 393 - CEP 1103-000, Cerqueira César – SP
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