Coordenadoria de Controle de Doenças/Vetores

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Situação Atual

Situação Atual 

Leishmaniose Visceral Humana (LVH)

Quanto a situação epidemiológica da transmissão de casos humanos no Estado de São Paulo (ESP) o período de 1999 a 2019 foram notificados 8.553 casos de LV. Destes, 3.046 (35,6%) casos foram confirmados como autóctones, dos quais 266 evoluíram para óbito, resultando em uma letalidade geral de 8,7%. 
O total de municípios com transmissão humana autóctone entre 1999 e 2019 foi de 107, representando 16,6% dos 645 municípios do ESP.

Municípios com casos humanos autóctones de LV no Estado de São Paulo, 1999 a 2019.

Em relação a classificação da transmissão humana no triênio de 2017 a 2019, a avaliação foi de que 65 municípios apresentaram casos autóctones novos de LV, sendo classificados como: 12 municípios (18,5%) com transmissão recente, 43 municípios (66,2%) com transmissão esporádica, 2 municípios (3,1%) com transmissão moderada e 8 municípios (12,3%) com transmissão intensa.
 

Classificação dos municípios com transmissão humana de Leishmaniose Visceral, Estado de São Paulo, triênio 2017 a 2019.

 
Dentre o total de municípios com transmissão autóctone, 10 municípios foram considerados como prioritários para as ações do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral do Estado de São Paulo (PVCLV): Andradina, Araçatuba e Penápolis - GVE Araçatuba; Bauru - GVE Bauru; Adamantina, Marília e Tupã - GVE Marília; Dracena e Presidente Epitácio - GVE Presidente Venceslau; Fernandópolis - GVE Jales.


Em 2019, destaca-se três municípios com o primeiro caso humano de transmissão autóctone nas regiões dos Grupos de Vigilância Epidemiológica (GVE): Guaimbê –GVE Marília; Neves Paulista - GVE São José do Rio Preto e Santópolis do Aguapeí - GVE Araçatuba. No total dos casos de 2018, acrescentou-se o município de Santa Albertina - GVE Jales, o qual não constou na atualização de 2018, uma vez que a investigação do caso ainda não havia sido concluída.

Na análise geral dos casos do triênio de 2017 a 2019, foram registrados 336 episódios de LV com 30 óbitos, representando uma letalidade de 8,9% no período. Do total de episódios registrados, 317 casos (94,3%) apresentavam informação quanto à presença ou não de coinfecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), sendo esses os registros considerados válidos para análise. 

Destes 317 episódios, 270 casos (80,4%) foram em pacientes não HIV e 47 casos (14,0%) ocorreram em paciente HIV. Quando avaliado o tipo de entrada, a proporção de casos novos no grupo não HIV foi de 92,2% (249/270), enquanto no grupo HIV foi de 57,4% (27/47) e um elevado percentual de recidiva (42,6%).

Leishmaniose Visceral Canina (LVC) 
Diagnóstico canino 

Na última atualização dos dados até o ano de 2018, apareciam 23 municípios considerados “Em investigação”, em virtude da existência de cães autóctones detectados com exames reagentes (Teste Rápido Imunocromatográfico - Bio-Manguinhos -TR DPP + Ensaio Imunoenzimático – Bio-Manguinhos - ELISA + Parasitológico e/ou Imunohistoquímica). Entretanto, o principal vetor Lutzomyia longipalpis não tinha sido identificado nas áreas de abrangência desses municípios investigados. A partir da orientação do Ministério da Saúde em 2019 quanto à comprovação da participação de vetores secundários na transmissão de LV, os municípios “Em investigação” foram reduzidos para 12, principalmente nas regiões oeste e noroeste do estado, onde já foi confirmada a presença de Lutzomyia  longipalpis nos municípios do entorno. Com isso, até o final de 2019, 166 (25,7%) municípios apresentaram transmissão canina confirmada, enquanto 467 municípios sem transmissão de LV canina (LVC).
 

Distribuição dos municípios quanto a presença de leishmaniose visceral canina, Estado de São Paulo, 2019.

 
Quanto ao diagnóstico laboratorial de triagem de LVC, os kits de testes imunocromatográficos (TR DPP-LVC) são distribuídos aos municípios com transmissão confirmada desde o ano de 2012. Conforme recomendações do PVCLV, contamos que estes tenham locais adequados para armazenamento correto dos kits, realização dos exames, bem como realização periódica dos inquéritos caninos. Considerando esses critérios, em 2019 foram repassados para os municípios cerca de 130 mil testes TR DPP-LVC em todo o ESP.

Educação, Comunicação e Mobilização Social

No âmbito do PVCLV, podemos assegurar que a interface entre educação, comunicação em saúde e mobilização social, baseada nos princípios da promoção da saúde constitui eixo prioritário para a produção da consciência social e ambiental da LV, sobretudo na abrangência de modos de vida mais saudáveis.  
Desde de quando a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose foi instituída no Brasil, em 2012, marcada para realização na segunda semana do mês de agosto, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo tem firmado compromisso de  promover ações educativas durante a Semana Estadual de Prevenção e Controle de Leishmaniose Visceral.
Sua finalidade está pautada em ações educativas que visem a apropriação de saberes pela população sobre: transmissão da doença, manejo ambiental para controle do vetor, aliada às responsabilidades de saúde, higiene e de guarda responsável dos animais de estimação. A cada ano, foram propostas temáticas para o desenvolvimento das ações: 2012 “conhecendo e aprendendo sobre LV”; 2013 “leishmaniose visceral: mobiliza-ação para prevenção”; 2014 “leishmaniose visceral é realidade, prevenção é nossa responsabilidade”; 2015 “leishmaniose visceral: o controle depende da participação de todos”; 2016 “unir forças para não expandir”; 2017 “leishmaniose visceral: eu apoio e faço parte”. A partir de então, ficou consolidado essa mesma temática para os anos subsequentes, no caso 2018 e 2019. 
 A “Semana de Prevenção e Controle da Leishmaniose Visceral do Estado de São Paulo #Eu Apoio e Faço Parte” representa o conjunto de ações educativas referidas nas orientações do PVCLV do ESP. Suas atividades devem ser integradas no cotidiano das equipes de saúde dos municípios, para que se efetive seu objetivo, o de gerar conhecimentos sobre os cuidados com a saúde, com o ambiente e com os animais para prevenção da doença. 
Como resultado, as ações implementadas durante as Semanas Estaduais mobilizam e causam impacto a população dos municípios, além de envolver vários profissionais tanto das equipes de controle de vetores, zoonoses, agentes comunitários de saúde como colaboradores de apoio para viabilização das atividades de conscientização nos diversos eventos comunitários realizados. 
Reconhecendo o saber como fonte de valor para o processo de consciência da LV, podemos avaliar que esta experiência tem produzido aprendizagens significativas, destacando sua relevância social para as comunidades onde ocorre a transmissão da doença, por ser considerada um dos elos de participação dos indivíduos e grupos nas ações de vigilância e controle.
Embora, observa-se que ainda prevalece uma comunicação informacional, existindo poucos espaços para o diálogo e a participação social, persiste o desafio da educação permanente e continuada aos profissionais de saúde que lidam nos cenários de transmissão da doença, de forma a consolidar práticas educativas mais horizontais e democráticas, visando o protagonismo da população nas ações de promoção da saúde para controle da LV.
Neste sentido, as instituições envolvidas com política de vigilância e controle da doença no estado, no caso os membros do Comitê Estadual de Leishmaniose Visceral, tem contribuído com os gestores municipais na busca de um olhar aprofundado das realidades locais onde ocorre a doença, ajudando a refletirem as dimensões mais amplas associadas a transmissão, como por exemplo fatores sociais e ambientais, além de fatores estruturais de serviços, no caso problemas de esgoto e de limpeza urbana. Isso tem possibilitado um diagnóstico situacional participativo capaz de articular melhor as estratégias das ações às realidades locais.
Mais informações:
http://portal.saude.sp.gov.br/resources/ccd/homepage/bepa/edicoes-2020/edicao_204_-_dezembro.pdf
 

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