SP vai usar remo na reabilitação de mulheres com câncer
Em iniciativa pioneira do Icesp e da Rede Lucy Montoro, mulheres vão treinar em barcos, ao ar livre, na Raia Olímpíca da USP
O Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde e à Faculdade de Medicina da USP, acaba de lançar projeto pioneiro que usa o remo na reabilitação de mulheres com câncer.
Pacientes passaram por cirurgia ou sessões de quimoterapia poderão iniciar um programa de treinamento com exercícios de remada, realizados no Centro de Reabilitação do Instituto do Câncer (Icesp), e posteriormente, ao ar livre, na Raia Olímpica de Remo da Universidade de São Paulo.
Batizado de projeto “Remama”, a iniciativa é uma parceria do Icesp com a Rede de Reabilitação Lucy Montoro e com o Centro de Práticas Esportivas da USP.
O Remama visa promover a prática regular de atividade física mesmo após o término do período de reabilitação dentro do hospital. O remo é um esporte completo, que trabalha toda a musculatura, inclusive a região peitoral, contribuindo com o ganho de massa muscular e o aumento da capacidade aeróbia.
“A prática de exercícios pode trazer inúmeros benefícios ao paciente oncológico, por melhorar a aptidão física, a autoestima e a saúde mental. O esporte contribui, ainda, para a redução de quadros dolorosos, da fadiga, dos transtornos do humor e dos distúrbios do sono, altamente prevalentes neste grupo de pacientes”, ressalta Christina Brito, coordenadora médica do serviço de reabilitação.
Os treinos na Raia Olímpica da USP vão iniciar no barco-escola e, ao longo das aulas, as participantes vão se preparar para pilotar outros tipos de embarcações como canoas individuais e barcos de quatro a oito remos, ao ar livre.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres em todo mundo. No Icesp, a doença a mais de 25% dos atendimentos totais. “Estamos iniciando um movimento nacional. A ideia é ampliar o serviço às demais clínicas médicas do Icesp, ou seja, aos pacientes em tratamento contra outros tipos de tumores e, também, levar a iniciativa para outras unidades públicas de saúde”, destaca a especialista.