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O prato saudável nosso de cada dia

Elisabete Almeida

Não é reeducação e nem sacrifício. Esta é a palavra que vem à mente de muitas pessoas quando o assunto é manter boa forma, peso adequado e uma vida mais saudável. 

Projetam-se, então, imagens de malhação sem fim nas academias, restrições alimentares de toda natureza, pouco ou quase nenhum prazer à mesa.

Obviamente que realizar atividades físicas, evitar alimentos gordurosos, lanches e frituras nas refeições do dia-a-dia, não fumar e moderar no consumo de bebidas alcoólicas são fórmulas consagradas para se prevenir contra o excesso de peso e a obesidade, que podem causar inúmeras doenças como hipertensão, diabetes e colesterol elevado, além de câncer.

Pesquisas recentes apontam que quase metade dos brasileiros adultos está com excesso de peso e que a obesidade atinge 15,8% de toda a população. O problema também preocupa em relação às crianças. Nos últimos 20 anos o número de crianças acima do peso aumentou cinco vezes, atingindo 11,8% das meninas e 16,6% dos meninos. 

A manutenção do peso ideal, no entanto, não pode estar relacionada, diretamente, a sacrifícios que as pessoas não estão dispostas a fazer. Tampouco à restrição total de certos tipos de alimentos, como pastéis e batatas fritas, que a grande maioria dos brasileiros adora comer, a não ser em caso de indicação médica.

Fundamentalmente, a abordagem deve ser o de incentivar a mudança de hábitos das pessoas. Todos os tipos de alimentos podem estar presentes nas refeições, mas é impensável comer pizza e pastel todos os dias. É importante haver equilíbrio para que a alimentação seja saudável e contribua, essencialmente, para a qualidade de vida. 

Essa é principal proposta do programa Meu Prato Saudável, maior programa de orientação alimentar já desenvolvido no Brasil, recém-lançado em parceria com o Instituto do Coração (Incor) e com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, duas renomadas instituições de saúde que integram o maior complexo hospitalar da América Latina. 

A ideia não é fazer restrições severas na alimentação das pessoas, mas ensinar os brasileiros a escolher melhor os alimentos e em porções adequadas, sem dietas sacrificantes. 

Um prato saudável deve conter porções que contemplem carboidratos, fibras, leguminosas, proteínas, vitaminas, lipídeos. Assim, o Programa não proíbe ninguém de comer um bife acebolado ou uma porção de macarrão. É recomendável, no entanto, que a refeição contenha outros itens com os nutrientes necessários para o organismo, em quantidade adequada.

O “Meu Prato Saudável” engloba uma série de componentes. A meta é alcançar toda a população brasileira até a Copa do Mundo de 2014 e, para isso, desenvolveu-se um método didático, visual, pelo qual as pessoas podem identificar o que e o quanto colocar no seu prato, inclusive com os ingredientes das diversas regiões do país. O Programa inclui também cartilhas, papel de bandeja, jogo americano com ilustrações de combinações de pratos.

Todo este material pode ser visto por meio do site, mídias sociais e aplicativos para smarthphones e tablets, pelos quais os usuários poderão acompanhar dicas e orientações, além de saber exatamente o valor nutricional do seu prato, seja ele do café da manha, lanches intermediários, almoço ou jantar.

Um diferencial do programa é adaptar os pratos para cada região do país, para que as pessoas possam identificar seus alimentos preferidos e ver que é possível manter-se em forma com o que já estão habituados. 

Parte importante desta iniciativa é o “Meu Pratinho Saudável”, que atinge crianças de 6 meses a 12 anos, com uma linguagem fácil e muito visual. O objetivo é orientar os pais para que habituem seus filhos desde a primeira infância a comer de forma saudável, para que cresçam com saúde, o que vai refletir na prevenção de doenças na vida adulta. 

O Programa vai ser levado para outros estados brasileiros, e vai se constituir na referência nacional de alimentação saudável, para o brasileiro viver mais e melhor, em benefício também da saúde pública.

Elisabete Almeida, médica, é diretora-executiva do programa Meu Prato Saudável, do HC-FMUSP e Incor

Publicado por Assessoria de Imprensa em

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