Secretaria de Estado da Saúde

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São Paulo ganha primeiro hospital público especializado em transplantes do país

A Secretaria de Estado da Saúde entregou nesta terça-feira, 15 de junho, na cidade de São Paulo, o primeiro hospital público especializado em transplantes de órgãos e tecidos do Brasil. O Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Dr. Euryclides de Jesus Zerbini fica nas dependências do antigo Hospital Brigadeiro, na zona sul da capital. O local foi inteiramente reformado e modernizado, com investimentos de R$ 37,3 milhões entre obras e equipamentos.

O hospital terá capacidade instalada para a realização de até 636 transplantes anuais, dos quais 200 de córneas, 240 de rim, 48 de pâncreas, 100 de fígado e 48 de medula óssea. O trabalho envolverá cerca de 80 médicos, entre transplantadores, intensivistas, nefrologistas, hematologistas e infectologistas. Ao todo serão nove salas cirúrgicas e 153 leitos de internação, dos quais 21 de UTI, e 35 consultórios para acompanhamento ambulatorial dos pacientes. 

Além de transplantes, o hospital também será referência para outros serviços de saúde de alta complexidade em áreas como hematologia, oftalmologia, urologia e neurocirurgia. A Secretaria irá destinar cerca de R$ 45 milhões neste ano para custeio das atividades no hospital e do centro de Referência em Saúde do Homem, localizado no prédio anexo.

Ainda neste mês o hospital também deverá ter um super-laboratório de anatomia patológica que será referência nacional para biópsias de rim, com objetivo de avaliar a qualidade dos órgãos de doadores e realizar o acompanhamento dos pacientes transplantados. Uma central 24 horas irá funcionar no local, podendo emitir laudos à distância para centros de saúde e hospitais de todo o Brasil, a partir do encaminhamento das lâminas pelas unidades solicitantes.

"Transformamos esta unidade em um hospital especializado de altíssima complexidade, com equipe extremamente especializada e ênfase nas cirurgias para transplantes de órgãos e tecidos, que certamente será referência para todo o Brasil", afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. 

Referência para o país 

Um em cada cinco pacientes transplantados em hospitais paulistas são residentes de outros estados brasileiros. É o que aponta levantamento da Secretaria, com base nos 7.580 transplantes de doadores falecidos realizados em São Paulo durante o ano passado, incluindo órgãos e córneas (consideradas tecidos).

Desse total, 1.632 transplantes, ou 21,5%, beneficiaram pacientes que moram em outros estados. A legislação brasileira permite que pessoas residentes em um estado sejam inscritas na lista de espera de outra localidade.

No caso dos transplantes de pâncreas, 46,5% dos pacientes que receberam o órgão em hospitais paulistas moravam em outros estados. A situação foi a mesma para 24,7% dos transplantados de córneas, 24,7% dos que receberam transplante simultâneo de pâncreas e rim, 18,1% dos transplantados de fígado, 12,5% dos que receberam um pulmão, 10,8% dos que ganharam um novo coração e 6,1% daqueles que receberam um rim.

Dos 1,6 mil transplantes para pacientes de outros estados realizados em São Paulo em 2009, 619 beneficiaram pessoas residentes no Rio de Janeiro. Outros 315 transplantes foram realizados em pacientes moradores de Minas Gerais, 101 da Bahia e 55 de Goiás. Todos os estados e o Distrito Federal tiveram pacientes beneficiados por transplantes realizados em hospitais de São Paulo.

Doações em alta

O número de transplantes de órgãos no Estado de São Paulo cresceu 31,6% nos cinco primeiros meses deste ano, na comparação com igual período de 2009. É o que aponta balanço da Secretaria com base nos dados da Central de Transplantes.

De janeiro a maio foram 1.044 transplantes, contra 793 nos cinco meses iniciais do ano passado. O total de cirurgias de pulmão praticamente triplicou no período, passando de 12 para 32, enquanto os transplantes de rim cresceram 41%, de 441 para 622, e os de fígado, 19,3%, de 243 para 290.

O resultado é fruto do crescimento de 34,5% registrado no número de doadores de órgãos este ano, na comparação com os cinco primeiros meses de 2009. De janeiro a maio houve 382 doações, contra 284 no mesmo período do ano passado.

Segundo o levantamento, o total de transplantes de pâncreas e de coração ficou estável. Houve 59 transplantes de pâncreas de janeiro a maio de 2010, contra 54 no mesmo período do ano passado. Já o número de transplantes de coração foi de 41 nos cinco primeiros meses deste ano e 43 no mesmo período de 2009. O aproveitamento de um órgão para transplante, após autorização dos familiares do doador, depende de avaliação médica.

O crescimento nas doações e cirurgias é fruto do aprimoramento do trabalho de captação nos hospitais e da implantação de um novo projeto que criou coordenadores intra-hospitalares de doação e transplante em 31 hospitais da rede estadual paulista. Esses profissionais têm como função identificar pacientes que possam ser potenciais doadores e acompanhar o processo de realização de exames para viabilizar a doação.

"São Paulo vem investindo na melhoria de seu sistema de captação e transplante, ao mesmo tempo em que a população paulista demonstra toda a sua solidariedade, ao autorizar, na maioria dos casos, a doação de órgãos de seus parentes que faleceram", afirma Luiz Augusto Pereira, coordenador da Central de Transplantes da Secretaria.
Publicado por Assessoria de Imprensa em

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