Estudo inédito liga água a alta infestação por larvas do mosquito da dengue
Um estudo inédito realizado pela Secretaria de Estado da Saúde mostrou
que existe relação direta entre a composição físico-química da água e a
infestação por larvas do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
O trabalho foi realizado entre julho e agosto de 2009, município do Vale do Paraíba onde foi constatado o maior Índice de Breteau (valor que define a quantidade de insetos em fase de desenvolvimento encontradas nas habitações humanas) do Estado de São Paulo.
Os pesquisadores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), órgão da Secretaria responsável pelo auxílio aos municípios no trabalho de controle da dengue, ficaram intrigados pelo fato de que as ações de combate ao mosquito não estavam surtindo o efeito desejado, e que a infestação permanecia alta, chegando a atingir 25,85 em 2003 e 19,2 na última medição feita pelo município. O índice recomendado é inferior a 1.
Além disso, foi detectado que as caixas d'água das residências de Potim, abastecidas pela prefeitura local por meio de coleta de água em poços profundos, que recebe cloração e fluoração, apresentavam altos índices de positividade em relação à presença de larvas do Aedes aegypti, enquanto nas moradias que usavam água de poços rasos ou cacimbas este problema não existia.
Para desvendar o mistério, os pesquisadores realizaram um experimento em laboratório usando três gaiolas com 50 fêmeas e 100 machos do Aedes aegypti e colocando, em cada uma delas, recipientes com 100 ml da água coletada em Potim e em Taubaté, além de água destilada, utilizada como controle. Os recipientes foram mudados de local em sentido horário durante 31 dias, e as soluções de água, trocadas a cada 24 horas. Além disso, foram realizados exames semanais de análise físico-química das amostras de água coletada.
Os resultados apontaram que, durante o período de um mês, foram depositados pelo mosquito 3,6 vezes mais ovos nos recipientes com água de Potim do que na de Taubaté, e 3,2 vezes mais em relação ao recipiente de controle. Enquanto a água de Potim apresentou índice de atividade de oviposição de 0,54, a de Taubaté registrou índice negativo, de -0,03.
Na análise físico-química, a concentração de nitrogênio amoniacal da água de Potim ficou em 1,93 mg/L (o máximo permitido em portaria do Ministério da Saúde é 1,5 mg/L), enquanto a de Taubaté foi inferior a 0,03 mg/L.
"O estudo indicou que alta concentração de nitrogênio amoniacal atraiu o Aedes aegypti para a oviposição. A volatilização dessa substância provavelmente foi o atrativo químico responsável pela orientação do vôo das fêmeas grávidas em direção aos recipientes onde colocaram seus ovos", afirma Gisela Rita Alvarenga Marques, pesquisadora da Sucen responsável pelo estudo.
Segundo ela, o resultado da pesquisa aponta a necessidade de os municípios com captação de água de poços profundos mudem a forma de abastecimento por intermédio da implantação de estações de tratamento de água de superfície, visando oferecer água de melhor qualidade para a população e reduzindo os riscos de proliferação do mosquito transmissor da dengue.
O trabalho foi realizado entre julho e agosto de 2009, município do Vale do Paraíba onde foi constatado o maior Índice de Breteau (valor que define a quantidade de insetos em fase de desenvolvimento encontradas nas habitações humanas) do Estado de São Paulo.
Os pesquisadores da Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), órgão da Secretaria responsável pelo auxílio aos municípios no trabalho de controle da dengue, ficaram intrigados pelo fato de que as ações de combate ao mosquito não estavam surtindo o efeito desejado, e que a infestação permanecia alta, chegando a atingir 25,85 em 2003 e 19,2 na última medição feita pelo município. O índice recomendado é inferior a 1.
Além disso, foi detectado que as caixas d'água das residências de Potim, abastecidas pela prefeitura local por meio de coleta de água em poços profundos, que recebe cloração e fluoração, apresentavam altos índices de positividade em relação à presença de larvas do Aedes aegypti, enquanto nas moradias que usavam água de poços rasos ou cacimbas este problema não existia.
Para desvendar o mistério, os pesquisadores realizaram um experimento em laboratório usando três gaiolas com 50 fêmeas e 100 machos do Aedes aegypti e colocando, em cada uma delas, recipientes com 100 ml da água coletada em Potim e em Taubaté, além de água destilada, utilizada como controle. Os recipientes foram mudados de local em sentido horário durante 31 dias, e as soluções de água, trocadas a cada 24 horas. Além disso, foram realizados exames semanais de análise físico-química das amostras de água coletada.
Os resultados apontaram que, durante o período de um mês, foram depositados pelo mosquito 3,6 vezes mais ovos nos recipientes com água de Potim do que na de Taubaté, e 3,2 vezes mais em relação ao recipiente de controle. Enquanto a água de Potim apresentou índice de atividade de oviposição de 0,54, a de Taubaté registrou índice negativo, de -0,03.
Na análise físico-química, a concentração de nitrogênio amoniacal da água de Potim ficou em 1,93 mg/L (o máximo permitido em portaria do Ministério da Saúde é 1,5 mg/L), enquanto a de Taubaté foi inferior a 0,03 mg/L.
"O estudo indicou que alta concentração de nitrogênio amoniacal atraiu o Aedes aegypti para a oviposição. A volatilização dessa substância provavelmente foi o atrativo químico responsável pela orientação do vôo das fêmeas grávidas em direção aos recipientes onde colocaram seus ovos", afirma Gisela Rita Alvarenga Marques, pesquisadora da Sucen responsável pelo estudo.
Segundo ela, o resultado da pesquisa aponta a necessidade de os municípios com captação de água de poços profundos mudem a forma de abastecimento por intermédio da implantação de estações de tratamento de água de superfície, visando oferecer água de melhor qualidade para a população e reduzindo os riscos de proliferação do mosquito transmissor da dengue.