Saúde faz alerta para AVC em crianças
A Secretaria de Estado da Saúde alerta para o risco de
Acidente Vascular Cerebral (AVC) em crianças. Apesar de ser um problema
que acomete, na maior parte dos casos, pessoas adultas, há risco também
para os pequenos. Em 2008, foram registrados 266 casos, com 28 óbitos e,
em 2009, foram 177, entre crianças até 14 anos de idade.
O AVC
ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo para determinada
área do cérebro, provocando um infarto ou hemorragia. Em 90% dos casos
algum membro do corpo pára de funcionar. Os sintomas mais freqüentes
são: diminuição da força muscular, que pode ser localizada ou
generalizada, perda da consciência, defeito no campo visual, dificuldade
na fala, dor de cabeça, convulsão, entre outros.
"Não existe
prevenção para o AVC na população infantil. Algumas crianças fazem parte
de grupo de risco para o AVC, como portadores de anemia falciforme,
cardiopatias congênita, hipercolesterolêmia e diabetes. Os fatores de
risco da doença na infância são diferentes dos casos em adultos (
hipertensão arterial, obesidade, infarto)", afirma o neuro-pediatra do
Hospital Infantil Darcy Vargas, Paulo Breinis.
Existem dois tipos
de Acidente Vascular Cerebral, o isquêmico e o hemorrágico. O isquêmico
é mais comum, em que há uma interrupção da passagem do fluxo sanguíneo
para uma determinada área do cérebro. E o hemorrágico, geralmente o mais
grave, quando acontece o derrame cerebral, no qual, além da obstrução,
existe vazamento de sangue. As seqüelas podem ser reversíveis, como num
AVC isquêmico pequeno ou podem deixar seqüelas neurológicas importantes.
O tratamento é baseado na reabilitação multidisciplinar com
fisioterapia, psicologia e outros tratamentos.
"Após o primeiro
episodio, é realizada uma extensa investigação (laboratorial e
neurorradiológica) para determinar-se a causa. O grande objetivo é que,
se soubermos a causa, temos como evitar a repetição do evento AVC. A
investigação sobre as causa do AVC na infância é fundamental. Mesmo
assim, apesar de todo aparato médico científico tecnológico, ficamos sem
saber o que realmente ocorreu em cerca de 30% dos casos.", completa Dr.
Paulo Breinis.