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Fimose não deve preocupar pais nos primeiros meses de vida dos filhos

Preocupação comum dos pais ao levarem seus filhos recém-nascidos ao pediatra, a fimose é um problema que, apesar de ser diagnosticado nos primeiros meses de vida, não necessita obrigatoriamente de tratamento cirúrgico. De acordo com Francisco Tibor Dénes, chefe da Unidade de Uropediatria da Divisão de Urologia do Hospital das Clínicas da FMUSP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, não há indicação médica formal para fazer a cirurgia desnecessariamente.

Segundo o especialista, na maioria dos casos, a criança não tem fimose, mas prepúcio (pele que recobre a extremidade do pênis) aderido à glande. “A aderência da pele prepucial à glande, nos recém nascidos, é normal e vai se desfazendo naturalmente com o crescimento”, informa. Neste processo, é comum surgir uma secreção que os pais confundem com pus, aumentando ainda mais a preocupação.

A fimose propriamente dita, por outro lado, é a situação em que o prepúcio é muito apertado e não permite a exposição da glande, impedindo sua higiene. O urologista ressalta que não é preciso se preocupar com a fimose nos primeiros meses de vida. “Quando diagnosticado, o problema inicialmente deve ser tratado clinicamente, com exercícios suaves e uso de pomada”, aponta. Somente quando o tratamento clínico não apresenta resultado positivo é que há indicação cirúrgica.

A intervenção pode ser tradicional, com uso de bisturi, ou, nos casos mais simples, com a colocação de um anel plástico. “O tratamento não tem idade específica para ser realizado. Existe apenas a recomendação clínica quando não há condição satisfatória para fazer higiene, contribuindo para processos inflamatórios”, enfatiza Francisco Tibor.

Em crianças obesas pode haver maior dificuldade para se diagnosticar a existência ou não de fimose, pois a pele do pênis é empurrada pra frente pela gordura do púbis, dificultando a higiene e a exposição da glande, e dando frequentemente a impressão de excesso de prepúcio. “É importante avaliar cuidadosamente estas alterações, pois em alguns casos pode ser uma fimose e, em outros, um problema simples sem indicação de cirurgia”, diz o médico.

Paralelamente, é necessário orientar tanto os pais como as próprias crianças sobre a importância da higiene da glande e do prepúcio, com a finalidade de evitar os processos inflamatórios, que ocorrem pela proliferação de germes, favorecida pelo calor e umidade local.

De acordo com o especialista do HC, as cirurgias, quando necessárias, são simples e bem sucedidas em 98% das vezes. Preferencialmente, devem ser postergadas até a criança estar sem fralda. “É importante não tirar quando não há necessidade. A pele prepucial pode ser importante à pessoa num momento futuro, pois tem utilidade em caso de reconstrução da uretra”, esclarece.
Publicado por Assessoria de Imprensa em

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