Mulher, rica e universitária: Pesquisa aponta perfil das voluntárias nos hospitais de SP
Pesquisa inédita realizada pela Secretaria de Estado da
Saúde sobre os voluntários que atuam nos hospitais da rede pública
estadual revelou que as mulheres com nível universitário e renda
familiar acima de 11 salários mínimos são a face mais visível desse
grupo. O levantamento também mostra que os homens estão procurando
ganhar espaço entre o voluntariado, chegando a 11% do total. Quando
decidem ser voluntários, eles optam por ir para o ‘front' dos hospitais,
trabalhando, por exemplo, na recepção de prontos-socorros. A pesquisa
foi realizada com 1.200 voluntários.
De acordo com a pesquisa,
49% dos voluntários já freqüentaram ou freqüentam a universidade, sendo
que 22% deles possuem o nível superior completo. A renda familiar dos
voluntários também chama a atenção: 14% tem renda acima de 20 salários
mínimos; 23% de 11 a 20 salários mínimos; 23% de 6 a 10 salários
mínimos; 26% de 3 a 5 salários mínimos; e ainda há 14% dos voluntários
que, mesmo tendo renda familiar de um ou dois salários mínimos,
conseguem encontrar um jeito para ajudar e trabalhar como voluntários.
A
pesquisa também mostra que os voluntários permanecem por longos
períodos auxiliando os hospitais. 79% dos voluntários já estão
trabalhando há pelo menos um ano na rede pública. E 32% já trabalha como
voluntário há mais de cinco anos.
HOMENS NO FRONT
Os
Hospitais da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Mandaqui,
Hospital das Clínicas e Vila Nova Cachoeirinha, contam hoje com cerca de
633 voluntários, entre homens e mulheres. Apesar do trabalho de ambos
os gêneros serem semelhantes, os 39 homens que hoje atuam nas unidades,
preferem ficar à frente da UTI e pronto-socorro para auxiliar os
pacientes.
Os voluntários trabalham no atendimento ambulatorial e
diretamente com os pacientes de UTI e pronto-socorro, conversam com os
pacientes e lêem histórias, entre outras coisas. Dos 350 voluntários do
HC, 25 são homens, no Hospital do Mandaqui, dos 143, somente 10 são do
sexo masculino.
"Além de dar informações às pessoas nos
corredores, os nossos homens do voluntariado auxiliam nos andares da
ortopedia, acompanham os Raios-X e conversam com os pacientes, fazendo
um trabalho social", comenta a chefe de voluntariado do Hospital
Mandaqui, Marilda Rocha Kais.