Modelo de tratamento de São Paulo é exportado para os EUA
A Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a
Universidade de Medicina de Harvard, criou um novo protocolo de
atendimento médico direcionado a crianças menores de três anos vítimas
de traumatismos. O novo critério de atendimento clínico prevê
procedimentos que, além de garantirem um diagnóstico ainda mais preciso,
podem gerar uma economia de até 25% para os hospitais. O novo sistema
já está sendo implantado na rede estadual paulista e nos Estados Unidos e
será disponibilizado mundialmente.
O trabalho, realizado em
conjunto com especialistas americanos, analisou o caso de cerca de 13
mil pacientes de hospitais americanos e do Conjunto Hospitalar de
Sorocaba, pertencente a rede estadual. Com a criação de novos
procedimentos na avaliação clínica, as crianças terão menos chances de
adquirirem seqüelas, além de evitar que sejam submetidas a exames
desnecessários. O resultado é, além de um atendimento mais qualificado, a
geração de economia para os centros que implantarem o novo protocolo.
"Diferentemente
de um adulto, a criança enfrenta dificuldades em explicar exatamente o
nível e o local da dor. Isso dificulta não apenas o diagnóstico, mas
pode conduzir profissionais a eventuais erros médicos. Com a criação de
um rol de procedimentos previamente estabelecidos minimizamos os riscos
de qualquer equívoco, evitando, inclusive, internações e exames
dispensáveis", afirma Heitor Consani, um dos autores do novo protocolo.
Único
representante da América Latina a participar do estudo, Consani diz
ainda que a expectativa é gerar uma economia de cerca de 12% nas
internações e 20% na realização de exames, resultando em algo em torno
de 25% de economia global para o hospital. O principal, no entanto,
ressalta o especialista, é que o novo protocolo aumentará
significativamente as possibilidades de recuperação para os pacientes.