Tabagismo aumenta riscos para pacientes soropositivos
A exposição à fumaça do cigarro potencializa o risco de que
pacientes soropositivos possam ser afetados por diversas doenças
relacionadas ao tabaco, tais como enfisema e pneumonia, em um nível de
risco ainda maior do que as pessoas que não possuem o vírus HIV. O
alerta da Secretaria de Estado da Saúde vale para todos, sejam fumantes
ou fumantes passivos.
Com o objetivo de reforçar seu trabalho de
prevenção, o CRT/Aids dará início a um programa de conscientização e
tratamento para soropositivos que desejarem parar de fumar. O programa
prevê acompanhamento de psicólogos e psiquiatras e o fornecimento de
medicamentos.
"Está provado que a fumaça do cigarro potencializa
ainda mais os riscos de algumas doenças, como enfisema e pneumonia, em
pacientes soropositivos. O risco atinge não apenas aquelas pessoas que
fumam, mas também os fumantes passivos, que também ficam muito expostos
aos malefícios do cigarro", afirma o infectologista José Valdez Ramalho
Madruga, diretor da unidade de pesquisa de novos medicamentos do Centro
de Referência e Treinamento/DST, da Secretaria de Estado da Saúde.
Um
estudo feito por pesquisadores da Universidade de Yale, por exemplo,
demonstrou que fumantes soropositivos têm mais probabilidade de
desenvolver uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), como o
enfisema e a bronquite, do que fumantes não infectados pelo vírus HIV. O
estudo, feito com 895 pacientes soropositivos e 653 soronegativos,
concluiu que pacientes infectados pelo HIV apresentam 50% mais chances
de desenvolver essas doenças do que os pacientes do grupo não infectado.
Outra
pesquisa, conduzida por Philip Diaz, da Ohio State University (EUA),
indicou que fumantes soropositivos podem ser até 7 vezes mais propensos a
desenvolver enfisema do que fumantes não infectados.
O estudo demonstra ainda sinais precoces da doença em 15% dos fumantes infectados e em 2% dos não-infectados.