SP isola vírus da gripe A H1N1
Seqüenciamento genético, realizado pelo Instituto Adolfo
Lutz, revela que proteína do vírus não é do mesmo padrão do encontrado
na Califórnia.
O Estado de São Paulo conseguiu isolar e seqüenciar, de forma pioneira no Brasil, o vírus da gripe A H1N1, popularmente conhecida como gripe suína. O trabalho foi realizado pelo Instituto Adolfo Lutz, órgão da Secretaria de Estado da Saúde, a partir do material colhido do primeiro caso paulista da doença, confirmado em abril.
Seguindo as diretrizes da OMS (Organização Mundial de
Saúde), a Secretaria denominou a nova estirpe de Influenza A/São
Paulo/H1N1. O seqüenciamento genético revelou uma mutação na proteína
Hemaglutinina, responsável pela capacidade de infectar do vírus, que já
não tem o mesmo padrão do vírus da Califórnia (EUA), o primeiro isolado
na atual pandemia.
A caracterização genética do vírus é
fundamental na investigação da epidemiologia molecular, para saber se o
padrão se mantém ou já diferenciou dos encontrados em outras regiões do
mundo.
"Esse trabalho é de extrema importância para monitorar o
comportamento do vírus, o que irá contribuir para a produção da vacina e
para avaliar a resposta aos medicamentos anti-virais", afirma Clelia
Aranda, coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da
Saúde.
Até o momento foram registrados no Estado 27 casos de
gripe A H1N1. Outros 21 casos são considerados suspeitos e estão sendo
investigados. Não há nenhum óbito pela doença em São Paulo.
Dezoito
hospitais em todo o Estado funcionam como referência para atendimento
de casos suspeitos da nova gripe. Essas unidades possuem leitos de
isolamento e ficam de prontidão para identificar qualquer caso,
comunicar o fato imediatamente ao Centro de Vigilância Epidemiológica
(CVE) da Secretaria e colher amostras de secreções nasais e da garganta
dos pacientes.
Os exames virológicos estão sendo realizados no
Instituto Adolfo Lutz, órgão da pasta, uma das três referências
nacionais para a identificação da influenza, que atende às normas de
biossegurança necessária para a manipulação de vírus.
Instituto Adolfo Lutz faz foto do vírus da gripe A(H1N1)
Imagem foi ampliada 200 mil vezes
O
Instituto Adolfo Lutz, unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São
Paulo, fotografou o vírus da Gripe A(H1N1) também conhecida por gripe
suína. As imagens foram captadas pelo serviço de microscopia eletrônica
após serem ampliadas 200 mil vezes.
Após o isolamento do vírus
influenza H1N1 em cultura de célula, o Adolfo Lutz fez as imagens para
análise morfológica do vírus, que apresenta as mesmas características do
grupo influenza. É uma partícula típica de vírus influenza.
O
aparelho usado para fazer as fotos tem capacidade para ampliar imagens
em um milhão de vezes. Adquirido pela Secretaria em 2007, o microscópio é
totalmente computadorizado e possui maior resolução, gera imagens mais
nítidas e é capaz de mostrar até estruturas internas dos vírus. Com o
manejo mais ágil será possível reduzir tempo de análises de exames.
Importado do Japão, custou R$ 650 mil à Secretaria.
A seção de
Microscopia Eletrônica do Adolfo Lutz tem perfil de atividade diferente
dos demais laboratórios existentes no Brasil. É um dos únicos serviços
que realizam diagnóstico rápido de vírus. As atividades se tornam de
fundamental importância em situações emergenciais, onde a análise veloz é
crucial.
Fotos do vírus: