Injeção de emergência pode ser alternativa contra falha na fertilização in vitro
Uma injeção de emergência, que introduz um único
espermatozóide no óvulo por meio de uma micropipeta, pode ser
alternativa para mulheres que não engravidarem após o ciclo de
fertilização in vitro. É o que aponta estudo inédito realizado pelo
Hospital Estadual Pérola Byington, da Secretaria de Estado da Saúde, a
ser apresentado em junho durante o Congresso Europeu de Reprodução
Humana, em Amsterdã, na Holanda.
A técnica, chamada
Intracitoplasmatyc Sperm Injection (ICSI), foi testada em 46 pacientes
do Pérola cujos parceiros eram considerados férteis mas que tiveram
problemas inesperados durante o ciclo convencional. No Pérola esta
situação ocorreu em 6,95% das fertilizações realizadas entre janeiro de
2004 e janeiro de 2008.
A injeção foi aplicada nas pacientes
aproximadamente 24 horas após o processo de fertilização. Os resultados
apontaram que, após a realização do método, houve geração de embriões
para transferência em 24 mulheres, o que representa 52,17% do total.
Dessas, duas ficaram grávidas e tiveram um bebê cada.
Para Mario
Cavagna, responsável pelo setor de Reprodução Assistida do Pérola,
apesar do índice de gravidez ter sido relativamente baixo, a tentativa
do ICSI pode valer à pena para não interromper o ciclo e reverter o
processo frustrado de fertilização inicial.
"É uma alternativa
para evitar que o casal tenha de aguardar para realizar o ciclo
novamente, processo que pode durar de três a quatro meses", diz o
médico.