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HC implementa Serviço de Cuidados Paliativos

Os avanços da medicina vêm permitindo às pessoas viverem mais. Esse fato positivo, porém, desencadeou um desafio tão importante quanto o aumento da longevidade: oferecer qualidade de vida a quem viver mais tempo. Atento a essa necessidade, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, acaba de aprovar a estruturação de um Serviço de Cuidados Paliativos. Esse tratamento inicia-se no diagnóstico e se estende durante as fases mais avançadas da doença e também no período após a morte, no luto, com a família.

Um grupo multidisciplinar dará tratamento especializado, individualizado e diferenciado para assegurar conforto e alívio de sofrimento em todas as etapas evolutivas da doença, sempre priorizando a dignidade da vida humana.

De acordo com o coordenador da equipe de Cuidados Paliativos do HC, doutor Ricardo Tavares de Carvalho, o objetivo é prevenir e aliviar o sofrimento de pacientes e familiares. "Oferecemos, junto com o tratamento tradicional e conhecido, uma série de medidas ativas para paliação dos sintomas e promoção de assistência psicossocial e espiritual", explica.

Com essas medidas, o dia a dia de pessoas com doenças avançadas e também de suas famílias melhora significativamente. Ricardo Tavares informa que doentes bem paliados podem viver mais e melhor do que os que não recebem essa atenção. "Os Cuidados Paliativos visam oferecer "mais vida aos dias do que dias a vida", ressalta, citando a filosofia "hospice", cujo marco moderno é o trabalho desenvolvido pela Dra Cecily Saunders, no Reino Unido, que culminou com a inauguração do St Christopher Hospice, em Londres , em 1967.

Apesar de ser uma especialidade médica desde 1987 no Reino Unido, somente há 3 anos os Cuidados Paliativos se tornaram uma especialidade nos Estados Unidos. "No Brasil, estamos caminhando para obter o reconhecimento como área de atuação médica e, posteriormente, como especialidade", observa Ricardo Tavares.

Para o coordenador, é preciso formar profissionais de saúde em todas as áreas para atuar nessa nova modalidade de assistência, multiprofissional por definição. "Também é fundamental conscientizar os profissionais que já estão atuando e a sociedade para esta questão", diz, acrescentando que ainda existe muito preconceito em discutir temas ligados à morte.

Nova equipe do HC

O Hospital das Clínicas contava, até hoje, com iniciativas não articuladas em Cuidados Paliativos. Existiam frentes de trabalho nos Institutos Central, da Criança e do Coração, mas não havia interação e fluxo de pacientes entre elas. "Agora, estamos integrando e fortalecendo essas iniciativas. Vamos criar um fluxo bem definido nas diferentes instâncias de atendimento, para cada nível de complexidade que os pacientes apresentem", aponta o coordenador.

De acordo com ele, existem hoje no Complexo HC cerca de 30 profissionais que, de alguma forma, atuam na área. "São pessoas que já desenvolviam atividades em seus setores. Eles vão ficar conosco, se possível de forma exclusiva, e ganharão o reforço de outros profissionais que em curto prazo serão dedicados exclusivamente a essa prática", anuncia.

Outra meta é a de criar uma sede para o novo serviço. "Temos expectativa de que também tenhamos um espaço próprio, onde a equipe possa ser acionada para interconsultas pelo complexo", informa o coordenador. Segundo ele, nesse local também será desenvolvida uma coleta de dados para sistematização da assistência, ensino e bases para desenvolver projetos científicos. No futuro, a perspectiva é a de que o grupo passe a assumir casos, sob demanda, de maneira horizontal e exclusiva, com doentes internados sob a sua responsabilidade.

A presença de um Serviço de Cuidados Paliativos já vigora como um dos critérios de certificação internacional para qualidade de hospitais nos Estados Unidos. "Existe uma iniciativa da comunidade médica e científica para que o Cuidado Paliativo se torne um direito humano, sendo um dos valores e princípios adotados pela Associação Latino Americana de Cuidados Paliativos - ALCP, corroborada em Congresso da Associação Européia de Cuidados Paliativos, em maio de 2009, em Viena", finaliza Tavares.

Publicado por Assessoria de Imprensa em

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