SP fecha 2008 com 92% de queda nos casos de dengue
Balanço preliminar da Secretaria de Estado da Saúde
aponta que o Estado de São Paulo encerrou o ano de 2008 com queda de
92,2% nos casos de dengue. No ano passado houve 7.187 casos confirmados
nos municípios paulistas, contra 92.345 de janeiro a dezembro de 2007. O
número de mortes pela doença despencou 94%, passando de 34 em 2007 para
2 no ano passado.
O resultado é fruto de maior mobilização
por parte da população e do trabalho realizado pelos agentes de saúde,
municipais e estaduais, para o controle do mosquito Aedes aegypti. Com a
chegada do verão e da época de chuvas, no entanto, os cuidados devem
ser redobrados, porque é justamente nesse período que o mosquito
transmissor da dengue encontra condições mais favoráveis para
proliferar.
Pesquisa da Secretaria com base em vistorias de 2,5
milhões de imóveis paulistas revelou que os pratos e vasos utilizados em
plantas são os recipientes que mais concentram focos de dengue no
Estado.
Do total de larvas coletadas em todo o Estado que deram
positivo para Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, 28,9%
estavam em vasos, pratos ou outros tipos de recipientes associados a uma
planta para ornamentação, como pingadeiras, por exemplo. Na capital e
Grande São Paulo o principal problema foi em relação às caixas d'água e
reservatórios, responsáveis por 44,2% do total de recipientes positivos.
Materiais considerados inservíveis, como latas, frascos,
plásticos e entulhos, responderam por 13,1% dos locais que deram
positivo para o vetor da dengue no Estado, enquanto caixas d'água e
reservatórios representaram 10,3% do total. Os recipientes fixos dos
imóveis, como calhas, lajes, ralos e fontes, representaram 8,9% dos
locais considerados positivos para Aedes aegypti, e os pneus, 6%. Já os
bebedouros de animais responderam por 5,5% do total, e os recipientes
naturais, como bromélias e ocos de árvores, por 2,4%.
"A grande
maioria dos focos do mosquito está concentrada no interior das
residências. Por isso precisamos continuar contando com o apoio da
população para manter o controle da dengue e evitar que os paulistas
contraiam a doença neste verão. A queda expressiva do número de casos em
2008 representa uma importante vitória, mas ainda não é hora de abaixar
a guarda", afirma o secretário de Estado da Saúde, Luiz Roberto
Barradas Barata.
Combate prévio
O Estado
de São Paulo se preparou previamente para enfrentar a dengue neste
período de calor. Entre os meses de agosto e dezembro do ano passado,
período do inverno e primavera, a Secretaria mobilizou esforços para
auxiliar os 645 municípios a remover possíveis focos do vetor da dengue e
eliminar o mosquito adulto em áreas onde a transmissão persistiu mesmo
no período de frio. Para isso foram contratados 1,1 mil agentes.
Cerca
de 4 milhões de torpedos foram encaminhados a usuários de telefones
celulares alertando sobre a necessidade de se combater a dengue
inclusive no inverno. E uma campanha de mídia invadiu rádios e
televisões para informar que o mosquito da dengue estava "dormindo", mas
poderia virar "bicho" se as medidas de prevenção não fossem adotadas.
Em
novembro a Secretaria, em parceria com cerca de 500 municípios,
promoveu a Semana Estadual de Combate à Dengue com foco na remoção dos
materiais inservíveis, que podem servir de "abrigo" para o mosquito da
dengue.