Diversão em hospital reduz estresse de crianças e pré-adolescentes
Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde
no Hospital Infantil Cândido Fontoura, na zona leste da capital
paulista, comprova que a promoção de atividades de entretenimento com
crianças e pré-adolescentes durante o período de internação ajudam a
reduzir o estresse e a melhorar o sono à noite.
De janeiro
de 2007 a janeiro de 2008 foram avaliados 330 pacientes infantis e
infanto-juvenis, de 4 a 14 anos, internados no hospital em decorrência
de problemas respiratórios. Desse total, metade praticou atividades na
brinquedoteca e a outra metade não teve acesso a brinquedos, nem mesmo
nos leitos, embora tenham sido encaminhados para passeios pelo hospital
na companhia da equipe de recreação.
Foram excluídas do estudo
as crianças com alguma dificuldade de locomoção, portadoras de doenças
neuro-psiquiátricas ou que usaram medicações que alterassem o nível de
cortisol urinário. A urina dos pacientes avaliados foi coletada no
primeiro e quinto dias de internação para aferição dos níveis de
cortisol, utilizado para medir o grau de estresse.
O grupo de
crianças e pré-adolescentes que teve acesso à brinquedoteca teve, em
média, níveis de cortisol urinário mais baixo e mais horas de sono à
noite do que o grupo que não brincou. Esses pacientes que brincaram
demonstravam, inclusive, maior disposição ao acordar, indicando que a
qualidade do sono foi melhor.
Algumas crianças que não brincaram
dormiram mais durante o dia, o que foi considerado como fator de fuga ao
estresse durante a hospitalização.
"Brincar é um instrumento
simples, de baixo custo e adequado ao ambiente hospitalar. A melhora nos
padrões de sono e a diminuição do estresse facilitam a recuperação e
podem evitar o prolongamento da internação de crianças e
pré-adolescentes", afirma a terapeuta ocupacional Clarisse Potasz,
coordenadora do estudo.