sobre tétano neonatal


tétano neonatal
CID10: A33


Descrição - Doença infecciosa aguda, grave, não contagiosa e imunoprevenível. Acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida, com maior frequência na primeira semana de vida (60%) e nos primeiros quinze dias (90%).

Sinonímia - Tétano umbilical e “Mal de sete dias” (conhecimento popular).

Agente etiológico - Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, anaeróbico e esporulado produtor de varias toxinas, sendo a tetanopasmina a responsável pelo quadro de contratura muscular.

Reservatório - O bacilo é encontrado no trato intestinal dos animais, especialmente do homem e do cavalo. Os esporos são encontrados no solo contaminado por fezes, na pele, na poeira, em espinhos de arbustos e pequenos galhos de arvores, em pregos enferrujados e em instrumentos de trabalho não esterilizados ou qualquer instrumento e/ou substâncias contendo poeira e/ou terra.

Modo de transmissão - Por contaminação, durante a manipulação do cordão umbilical ou dos cuidados inadequados do coto umbilical, quando se utilizam de substâncias, artefatos ou instrumentos contaminados com esporos.

Período de incubação - Aproximadamente 7 dias (por isso conhecido por mal de 7 dias), podendo variar de 2 a 28 dias.

Período de transmissibilidade - Não é doença contagiosa, portanto, não existe transmissão de pessoa a pessoa.

Suscetibilidade e resistência - A suscetibilidade é geral, afetando todas as idades e ambos os sexos. A doença não confere imunidade, havendo, portanto necessidade de vacinação dos doentes. Os filhos de mães adequadamente vacinadas apresentam imunidade passiva e transitória até o segundo mês de vida.

Manifestações clínicas - Tem como manifestação clínica inicial a dificuldade de sucção (seio, mamadeira, chupeta), irritabilidade e choro constante, seguida de rigidez de nuca, tronco e abdômen. Evolui com hipertonia generalizada, hiperextensão dos membros inferiores e hiperflexão dos membros superiores, com as mãos fechadas, flexão dos punhos (atitude de boxeador), paroxismos de contraturas, rigidez da musculatura dorsal (opistótono) e intercostal causando dificuldade respiratória. A contração da musculatura da mímica facial leva ao cerramento dos olhos, fronte pregueada e contratura da musculatura dos lábios como se o
recém-nascido fosse pronunciar a letra U. Quando há presença de febre, ela é baixa, exceto associada à infecção secundária. Os espasmos são desencadeados ao menor estímulo (táctil, luminoso, sonoro, temperaturas elevadas) ou surgem espontaneamente. Com a piora do quadro clínico, o recém-nascido deixa de chorar, respira com dificuldade e as crises de apneia passam a ser constantes, podendo levar ao óbito.

Complicações - Disfunção respiratória, infecções secundarias, disautonomia, taquicardia, crise de hipertensão arterial, parada cardíaca, miocardite toxica, embolia pulmonar, hemorragias, fraturas de vértebras, dentre outras.

Diagnóstico - Eminentemente clinica e/ou clinico epidemiológico, não depende de confirmação laboratorial.

Diagnóstico diferencial - Septicemia, encefalopatias, meningites, distúrbios metabólicos (hipoglicemia, hipocalcemia e alcalose), hipoparatireoidismo, epilepsia, encefalite, onfalites, peritonites, distúrbios metabólicos transitórios e lesão intracraniana secundaria ao parto.