Aspectos Gerais
As transformações sociais e econômicas relacionadas com a urbanização e a industrialização ocorridas no Brasil durante o século passado provocaram mudanças importantes no perfil de morbimortalidade em nossa população. Enquanto na primeira metade do século 20 os eventos infecciosos transmissíveis eram os mais frequentes causadores de adoecimento e morte, a partir dos anos 60 as doenças e os agravos não transmissíveis ocuparam esse lugar. Contribuiram para isso o processo de transição demográfica, com queda nas taxas de fecundidade e natalidade e progressivo aumento na proporção de idosos, favorecendo a expansão das doenças cardiovasculares, respiratórias, câncer e diabetes; além da transição nutricional, com diminuição expressiva da desnutrição e crescimento do número de pessoas com excesso de peso (sobrepeso e obesidade). Soma-se a isso o aumento dos traumas decorrentes das chamadas causas externas (acidentes e violências). As consequências de tal transição do quadro epidemiológico tem impactado a área da saúde pública e demandado o desenvolvimento de estratégias para o controle das Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT). A vigilância dessas doenças e agravos, bem como de seus fatores de risco é de fundamental importância para a implementação de políticas públicas voltadas para ações de prevenção, controle e promoção, visando a melhoria do perfil de saúde da população.