Quem Foi Philippe Pinel
Influenciado pelas idéias do Iluminismo e da Revolução Francesa, Philippe Pinel (1745-1826) foi pioneiro no tratamento de doentes mentais e um dos precursores da psiquiatria moderna. Formado em medicina pela Universidade de Tolouse (França), dirigiu os hospitais de Bicêtre e Salpêtrière. Na sua Biografia consta que se interessou por essa área depois que um amigo tomado de loucura, fugiu para uma floresta, tendo sido devorado por lobos. Da observação dos seus próprios pacientes, em 1801, publicou seu Tratado Medico-Filosófico sobre a Alienação Mental, em que defende a doença mental Grupo 1 - Aposentadoria como resultado de uma exposição excessiva a situações de estresse e, também, a danos hereditários capazes de provocar alterações patológicas no cérebro.
Com base nisso, Pinel baniu tratamentos antigos, tais como sangrias, vômitos induzidos, purgações e ventosas, substituindo-as por tratamento digno e respeitoso, que inclui terapias ocupacionais. Dentro dessa linha, foi um dos primeiros a libertar os pacientes dos manicômios e das correntes, propiciando-lhes liberdade de momentos por si só terapêutica.
Consideradas avançadas para a época, as teorias de Pinel nem sempre foram aceitas integralmente. Mesmo depois da publicação de seus estudos, era comum encontrar instituições que tratavam os loucos como criminosos ou endemoniados. E que não dispensavam os tratamentos físicos. Nestes tratamentos buscava-se dar um "choque" no paciente, fazer com que passasse por uma sensação intensa, que o tirasse de seu estado de alienação. Eram freqüentes, além das práticas descritas, os isolamentos em quartos escuros, banhos de água fria, uso de aparelhos que faziam com que o paciente rodopiasse em macas ou durante horas até que perdesse a consciência.
Pinel assim foi pioneiro em separar pacientes dos criminosos e colocá-los sob cuidados médicos.
(Fonte: D.O.E 11/01/2003)